O grupo libanês Hizbollah, organização fundamentalista considerada terrorista por Israel e Estados Unidos, disse nesta sexta-feira ter descoberto um grampo telefônico instalado por Israel em sua rede privada de comunicações.
O aparelho explodiu, aparentemente detonado remotamente pelos israelenses, quando foi encontrado perto da vila de Majdel Silim, cerca de oito km da fronteira com Israel, informou o grupo libanês, em comunicado.
As forças de segurança libanesas também reportaram o aparelho de espionagem, dizendo que duas pessoas trabalhando em um caminhão perto do local foram feridas pela explosão. Em comunicado, os libaneses disseram que o aparelho foi instalado para espionar as comunicações do movimento.
Hizbollah tem sua rede separada de linhas de telefone e cabos subterrâneos, que ligariam seus centros de comando por todo o Líbano. O líder do movimento, Sheik Hassan Nasrallah, disse que a rede ajudou seus guerrilheiros durante a guerra contra Israel, em 2006, onde 1.360 morreram.
Majdel Silim fica ao sul do rio Litani, a zona onde o Hizbollah é proibido de manter armas, segundo a resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) que encerrou a guerra em 2006. No ano passado, as tropas de manutenção de paz disseram que Israel detonou dois sensores subterrâneos instalados durante a guerra.
Também nesta sexta-feira, funcionários do judiciário libanês disseram que um tribunal militar condenou um homem por espionar para Israel. Ziad Homsi começou a trabalhar com Israel em 2006 e forneceu fotos de uma área no Vale de Bekaa, onde três soldados israelenses desapareceram em uma batalha em 1982, durante a invasão do Líbano por Israel. Ele foi condenado a 15 anos de prisão e trabalhos forçados.
Mais de cem pessoas no Líbano foram presas desde 2009, por suspeita de colaborar com Israel, com quem o Líbano está oficialmente em guerra. Ao menos oito pessoas foram condenadas à morte por espionagem.