Para proteger-se de foguetes disparados por grupos palestinos, Sderot reforma de creches a hospitais para que resistam a frequentes ataques
Com 20 mil habitantes, a pequena Sderot vive um boom imobiliário, segundo o representante da comunidade local, Salan Halvey, desde o início da reforma em massa que transformou locais públicos, parques de diversão, creches, escolas, clínicas e hospitais em bunkers. Prédios e casas residenciais antigos ganharam um anexo: quarto e banheiro anti-foguetes.
As obras foram uma conquista da comunidade junto ao governo de Israel. Após a operação na Faixa de Gaza, entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro de 2009, uma ofensiva militar que deixou 1,4 mil palestinos mortos, os moradores de Sderot imaginavam uma trégua por parte dos grupos islâmicos.Na semana passada, um foguete disparado de Gaza atingiu a cidade de Ashkelon, a 21 quilômetros da fronteira. O prefeito Benny Vaknin tem feito campanhas junto a instituições judaicas para levantar fundos e copiar o exemplo de Sderot, reforçando a defesa de Ashkelon.
O Hamas nega o envolvimento do grupo com os disparos recentes, mas não é capaz de conter a ofensiva de militantes de pequenos grupos aliados, como o Exército do Islã. E isso ajuda a minar a confiança dos israelenses em qualquer acordo de paz com o grupo que governa Gaza. "No entendimento de Israel, se o Hamas governa a Faixa de Gaza, é responsável pelo controle dos ataques feitos de seu território", disse ao Estado Mark Regev, porta-voz do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Desde o início da Segunda Intifada, em outubro de 2001, quando foguetes Qassam, começaram a ser disparados contra Sderot, 15 israelenses foram mortos. Uma nova ofensiva voltou a ser discutida na Knesset, o Parlamento israelense, na semana passada. Em retaliação ao disparo de 180 foguetes desde janeiro, segundo o governo, o Exército de Israel intensificou as operações em Gaza. Na semana passada, foram bombardeados alvos do Hamas e túneis clandestinos na fronteira com o Egito, segundo Israel, usados para o contrabando de armas e dinheiro para Gaza.

