JERUSALÉM, 3 Nov 2010 (AFP) -Um líder de um grupo armado islamita palestino morreu e outras três pessoas ficaram feridas nesta quarta-feira em uma operação israelense contra seu carro perto do quartel-general da polícia de Gaza, controlada pelo movimento Hamas, segundo diversas fontes.
O Exército israelense reconheceu sua responsabilidade na morte de Mohammad Jamal al Nemnem, de 27 anos, um líder do grupo salafista Exército do Islã, que se declara próximo da Al-Qaeda.
Mohammad Jamal al Nemnem estava, segundo o Exército, envolvido na organização de ataques anti-israelenses, um dos quais também era dirigido a "alvos americanos".
Uma porta-voz militar, Avital Leibovich, descreveu Jamal al Nemnem como uma "bomba-relógio", que planejava um ataque de grande magnitude contra civis israelenses.
"É um líder importante e tivemos esta janela de disparo (para matá-lo) e conseguimos", acrescentou.
Centenas de partidários do Exército do Islã pediram vingança durante o funeral.
Um responsável do grupo rendeu homenagem ao "mártir", que apresentou como o tenente de Mumtaz Doghmuch, líder do poderoso clã Doghmuch e chefe do Exército do Islã, que ficou conhecido por sua participação no sequestro do soldado israelense Gilad Shalit em junho de 2006.
Outras três pessoas ficaram feridas pela explosão do veículo, segundo fontes médicas palestinas.
A explosão foi ouvida em toda a cidade.
Um porta-voz do ministério do Interior do Hamas, Ihab al Ghusein, afirmou a uma rede de televisão que as "investigações demonstravam que a explosão foi provocada por um disparo de míssil de um drone israelense" (avião sem piloto).
Em um comunicado, o ministério acrescentou que "um carro civil foi alvo quando circulava perto do meio dia em frente ao quartel-general dos serviços de segurança no centro de Gaza".
Testemunhas que pediram o anonimato declararam ter visto aviões militares israelenses, mas não o disparo de um míssil. Para eles, a explosão pareceu ter acontecido no interior do veículo.
Segundo o Exército israelense, "Mohammad Jamal al Nemnem estava pessoalmente envolvido em diversos atentados contra alvos israelenses nestes últimos anos".
"Recentemente, participou da organização de um atentado terrorista contra objetivos americanos e israelenses no Sinai (Egito), em coordenação com elementos do Hamas na Faixa de Gaza", informou um comunicado, sem especificar a que atentado se referia.
Em maio de 2007, o Hamas anunciou ter cortado os vínculos com o Exército do Islã após o sequestro do correspondente da BBC em Gaza, liberado pelas forças do Hamas em julho deste ano.
O Hamas opõe-se frequentemente aos grupos islamitas mais radicais, que se autoproclamam salafistas e questionam sua autoridade inspirados pela Al-Qaeda.