Acredita-se que o termo Palestina tenha origem entre os filisteus, um povo egeu que, no século XII a.e.c., estabeleceu-se ao longo da planície costeira mediterrânea onde ficam agora Israel e a Faixa de Gaza. No século II, após esmagarem a última revolta judaica, os romanos usaram pela primeira vez o nome Palaestina para se referir à Judéia (a região sul do território da atual Cisjordânia), numa tentativa de minimizar a identificação judaica com a terra de Israel. A palavra árabe Filastin vem deste nome latino.
Os hebreus chegaram a Israel por volta de 1.300 a.e.c. e viveram em uma confederação tribal até se unificarem sob o primeiro monarca, o rei Saul, cujo filho, o rei Davi, escolheu Jerusalém como capital por volta do ano 1000 a.e.c. O rei Salomão, filho de Davi, construiu o templo pouco depois e consolidou as funções militares, administrativas e religiosas do reino. A nação foi dividida durante o reinado do filho de Salomão: o Reino do Norte (Israel) durou até 722 a.e.c., quando os assírios o destruíram; e o Reino do Sul (Judá) sobreviveu até a conquista babilônica em 586 a.e.c. Depois disso, os judeus desfrutaram de breves períodos de soberania, antes que a maioria fosse finalmente expulsa de sua pátria, no ano 135 a.e.c.
A independência judaica na terra de Israel durou mais de quatro séculos.
A Palestina nunca foi uma região exclusivamente árabe, embora a língua árabe tenha se tornado, com o tempo, o idioma da maior parte da população, após as invasões muçulmanas do século VII. Jamais existiu algum país árabe ou palestino independente na Palestina.
Antes da partilha, os palestinos não se viam como possuidores de uma identidade em separado. Quando o 1º Congresso das Associações Muçulmanas e Cristãs se reuniu em Jerusalém, em 1919, para eleger representantes palestinos à Conferência de Paz de Paris, foi adotada a seguinte resolução: Consideramos a Palestina como parte da Síria árabe, já que esta nunca se separou daquela em tempo algum. Estamos ligados por vínculos nacionais, religiosos, lingüísticos, naturais, econômicos e geográficos”.
Em 1937, um líder árabe local, Auni Bey Abdul-Hadi, disse à Comissão Peel, a que finalmente recomendou a partilha da Palestina: Não existe tal país! Palestina é um termo inventado pelos sionistas! Não existe Palestina na Bíblia. Nosso país foi parte da Síria durante séculos.
O representante do Supremo Comitê Árabe para as Nações Unidas enviou uma declaração à Assembléia Geral da ONU em maio de 1947, que dizia: “A Palestina era parte da Província da Síria (...) politicamente, os árabes da Palestina não eram independentes no sentido de formar una entidade política em separado”. Alguns anos depois, Ahmed Shuqeiri, que seria presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), a disse ao Conselho de Segurança da ONU: “É de conhecimento público que a Palestina não é mais do que o sul da Síria”.
O nacionalismo árabe palestino é, portanto, fenômeno posterior à Primeira Guerra Mundial. E só veio a se converter em movimento político importante após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel conquistou a Cisjordânia.