O Exército do Líbano enviou tropas para patrulhar as ruas da capital Beirute após intensos conflitos entre membros do grupo xiita Hizbollah e uma pequena facção de muçulmanos sunitas deixarem ao menos quatro mortos na madrugada de terça-feira.
Os combates urbanos que contaram com granadas lançadas por foguetes e tiroteios com metralhadoras são os piores no Líbano desde 2008.
Oficiais do governo indicaram que ao menos quatro pessoas morreram --três integrantes do Hizbollah e um do grupo conservador sunita Al Ahbash.
Ainda não se sabe ao certo o que causou o conflito, mas as tensões entre as duas comunidades aumentaram desde a publicação de relatórios que acusam membros do Hizbollah como os responsáveis pelo assassinato do ex-premiê Rafik Hariri --líder sunita-- ainda em 2005.
Abdul Qadir al Fakhani, um porta-voz do grupo Al Ahbash, informou que seus líderes teriam uma reunião com a cúpula do Hizbollah ainda nesta quarta-feira para garantir que as lutas não se intensifiquem.
ONU
Os violentos confrontos chegam um dia após o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) ter aprovado a continuidade da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) por mais um ano.
O presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo Vitaly Churkin, fez o anúncio ainda na terça-feira.
"Os membros do Conselho expressaram seu agradecimento à Finul pelo papel que desempenha e estão de acordo em renovar sem mudanças o mandato por mais 12 meses", afirmou.
O embaixador libanês na ONU, Nawaf Salam, expressou o agradecimento de seu governo ao trabalho da Finul e de seu chefe, o general espanhol Alberto Asarta.
Também pediu a total implantação da resolução 1.701 que pôs fim à guerra entre Israel e o grupo xiita libanês Hizbollah em agosto de 2006.
"Mais uma vez, o Líbano expõe perante o Conselho as graves violações israelenses da resolução 1.701, como a violação quase diária de sua soberania territorial, marítima e aérea", acrescentou.
Os mais de 12.000 soldados da missão da ONU se encarregam de vigiar o cessar-fogo vigente na região, assim como os esforços das Forças Armadas libanesas para traçar e assegurar suas fronteiras terrestres e marítimas.