O Líbano anunciou nesta quarta-feira que levará à ONU acusações de espionagem por parte de Israel, depois da detenção de dois funcionários de uma empresa de telecomunicações que foram acusados de passar informações sigilosas ao Estado judeu.
No último mês, dois funcionários da estatal Alfa foram detidos e outros dois homens foram sentenciados à morte ¿ todos os quatro condenados ou suspeitos de espionarem para Israel.
No último mês, dois funcionários da estatal Alfa foram detidos e outros dois homens foram sentenciados à morte ¿ todos os quatro condenados ou suspeitos de espionarem para Israel.
Uma investigação mais ampla levou à prisão de mais de 50 pessoas desde abril do ano passado. Falando após uma reunião do gabinete, o ministro da Informação, Tareq Mitri, disse que a coalizão de governo decidiu por unanimidade "levar um relatório detalhado do caso aos agentes do Conselho de Segurança (da ONU)."
No mesmo dia, um corte militar libanesa sentenciou à morte um homem que havia sido acusado de transmitir a Israel informações sigilosas sobre o grupo militante Hezbollah, em 2008. Hassan Ahmed al-Hussein teria delatado os nomes, endereços e detalhes das casas de membros do Hezbollah na aldeia de Qantara, no sul do Líbano, além de prestar informações sobre outros alvos.
Na semana passada, outro tribunal havia condenado à morte o réu Ali Mantash, que teria transmitido a Israel informações usadas na guerra de 34 dias contra o Hezbollah em 2006. Ao todo três pessoas foram sentenciadas à morte. Israel não comentou. O Líbano, que está formalmente em guerra com Israel, descreve essas prisões como um duro golpe contra as ações da inteligência israelense em seu território, e diz que vários dos suspeitos haviam ajudado Israel a identificar alvos atacados na guerra de 2006.
Mas as prisões de Charbel Qazzi e Tareq Raba''a, funcionários da Alfa, geraram questionamentos sobre até que ponto Israel se infiltrou nos setores libaneses de segurança e telecomunicações, e reavivaram divisões internas que há dois anos levaram a confrontos nas ruas de Beirute.
O grupo xiita Hezbollah, que participa do governo, sugere que Israel teria usado agentes para manipular provas, como gravações telefônicas, a fim de implicar o grupo no assassinato, em 2005, do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri.
Seguidores do filho de Hariri, Saad, que no ano passado se tornou primeiro-ministro à frente de um gabinete de unidade nacional, acusou o Hezbollah de tentar sabotar o trabalho de um tribunal internacional que investiga a morte do pai dele.