Diplomatas brasileiro e português salvaram mais de 30 mil perseguidos do Holocausto durante a Segunda Guerra e hoje são lembrados pelo feito.
Eles tinham a mesma profissão, morreram com um intervalo de duas semanas, e falavam a mesma língua, principalmente quando se tratava dos direitos humanos. Embaixadores na França em tempos de Segunda Guerra Mundial, o brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas e o português Aristides de Sousa Mendes não eram próximos, mas suas trajetórias os uniram após a morte, e deram chance a milhares de pessoas de viver sem a perseguição.
Responsáveis pela emissão de vistos no momento em que a Alemanha de Adolf Hitler invadia o país onde representavam Brasil e Portugal, eles criaram uma espécie de Lista dos Souza com a qual permitiram a entrada de mais de 30 mil estrangeiros em seus países. Nesta quinta-feira, o ato dos dois diplomatas será lembrado em cerimônias católicas e judaicas em diversas partes do mundo, incluindo Vaticano, Brasil e Estados Unidos.
Não há registro de que Dantas soubesse do feito de Mendes, e vice-versa. Embora os dois tenham trabalhado na mesma época na França, as emissões eram feitas de forma secreta e sem qualquer tipo de cobrança por parte dos diplomatas. Não havia discriminação: brancos, negros, católicos, judeus, ricos, pobres, intelectuais, homossexuais.
A maioria dos perseguidos que conseguiu chegar aos embaixadores no momento certo obteve visto para o Brasil, para Portugal, ou para os dois, já que para chegar ao Rio de Janeiro muitos precisavam de uma permissão de trânsito para Portugal, de onde saíam navios para a América do Sul.
Embaixadores caíramno esquecimento
Nascido no Rio em 1876, Souza Dantas teve uma trajetória brilhante como diplomata: aos 21 anos ingressou no Ministério das Relações Exteriores e percorreu todos os postos da carreira diplomática, serviu em diversas capitais do mundo, foi nomeado durante a Primeira Guerra Mundial ministro interino das Relações Exteriores, e representou o Brasil em Roma em 1919, três anos antes de assumir o posto na capital francesa.
Seu jeito sociável de ser - era um famoso solteirão, frequentador assíduo do teatro da "Comédie-Française", e grande promotor de jantares políticos - o tornou conhecido em Paris e Vichy. Mas seu nome caiu no esquecimento após enfrentar inquérito administrativo do governo de Getúlio Vargas pela concessão de alguns vistos diplomáticos a estrangeiros entre junho de 1940 e janeiro de 1941.
Vamos comemorar o Dia da Consciência em que Aristides de Sousa Mendes decidiu tentar salvar todos os refugiados que se dirigiam ao Consulado de Portugal em Bordéus em Junho 1940
ResponderExcluirMissa da Consciência
17-Junho-2010
Roma, Lisboa, Bordéus, São Paulo, Newark, San Francisco
Ver blog Amigos de Sousa Mendes
http://amigosdesousamendes.blogspot.com