A polícia israelense recomendou à Justiça processar o ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, acusado de violar a confiança pública ao receber ilegalmente documentos relativos a uma investigação sobre sua conduta. As informações teriam sido passadas anos atrás por um ex-embaixador na Bielorrússia.
O partido ultranacionalista de Lieberman é o segundo maior na base de governo do premier Benjamin Netanyahu e, caso a Procuradoria resolva processá-lo, a decisão poderá estremecer a política israelense, num momento em que o país mantém diálogo indireto com os palestinos. Recomendou-se também processar o ex-embaixador na Bielorrússia.
O suposto delito ocorreu anos atrás, quando Lieberman era do Parlamento israelense. Vai depender do procurador-geral de Israel, Yehuda Weinstein, a decisão de acusar Lieberman formalmente ou não. Contra o ministro, pesa uma recomendação anterior da polícia para processá-lo por um outro incidente.
O antecessor de Weinstein na procuradoria-geral deixou o cargo no início deste ano sem dar qualquer parecer sobre o caso. Em agosto de 2009, a polícia disse que Lieberman deveria ser responsabilizado por um suposto caso de lavagem de dinheiro ocorrido há alguns anos.
Lieberman já disse no passado ser inocente e que se demitiria caso fosse acusado, mas não quis fazer qualquer comentário sobre essa última decisão policial.
Uma fonte próxima ao ministro disse que "experiências anteriores relacionadas a duras recomendações da polícia falam por elas mesmas, assim não há motivo para se empolgar".