Numa pequena cidade canadense, com cerca de 20.000 habitantes, existiam três sinagogas. Uma reformista, uma ortodoxa e uma conservadora.
Um dia, da floresta que rodeava a cidade, surgiram centenas de esquilos, que se alojaram nas sinagogas. Os animais fizeram ninhos por todos os lugares, roubavam as chalot, roíam as cadeiras, corriam entre a pessoas no meio dos serviços religiosos. Buscando resolver o problema, cada comunidade se reuniu para discutir a melhor solução.
Na congregação ortodoxa, após três noites de discussão entre o rabino, o chazan e os anciãos - com apoio do rabinato central - decidiu-se que os esquilos foram enviados por D'us, e que por isso não deveriam ser incomodados, podendo ficar na sinagoga até que quisessem retornar à floresta.
Já a diretoria e o rabinato da congregação conservadora - apoiada por seu conselho consultivo - após muito estudar a halachá, decidiu que os esquilos deveriam ser capturados com cuidado (em armadilhas especialmente desenvolvidas para a ocasião, que evitassem machucar ou traumatizar os animais) e levados de volta à floresta, de forma que estariam corrigindo o erro da natureza e consertando o mundo.
Os reformistas se reuniram num grande jantar, onde o rabino citou os profetas e todos os membros da congregação puderam expor suas opiniões, discutir uns com outros e por fim votar sobre como agir. Por quase unanimidade decidiu-se que se os esquilos estavam na sinagoga, era porque eram judeus, - e, assim, podiam ficar quanto quisessem e ser contados no miniam, desde que colaborassem na limpeza.
Após estas decisões, os esquilos, tendo descoberto que eram judeus, retornaram à floresta, voltando às sinagogas apenas nas Grandes Festas.