
Netanyahu precisa de uma maioria de dois terços, entre os 2.525 membros do Comitê Central, para evitar as eleições, que não são realizadas há oito anos.
As votações começaram esta manhã às 10h local (4h no horário de Brasília) e seguem até o fim da noite, em 28 centros de voto. O resultado deve ser conhecido à meia-noite.
Uma derrota na proposta seria um sério revés para Netanyahu, em um momento no qual sua imagem internacional está seriamente prejudicada pela crise diplomática com os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, e as críticas abertas de membros europeus, como a França e Alemanha, pela estagnação do processo de paz com os palestinos.
O primeiro-ministro argumenta que precisa de estabilidade no partido para enfrentar às pressões da comunidade internacional para que Israel congele a construção nos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado desde 1967, e faça concessões que levem à criação de um Estado palestino.
Netanyahu também argumenta que a convocação de pleito neste momento suporia um avanço do que denomina "grupo extremista messiânico", a facção Liderança Judia, liderada pelo ultradireitista Moshé Feiglin.
Se Netanyahu conseguir adiar a votação, afirma o analista Ben Caspit, citado pelo jornal "Maariv", é provável que ganhe ainda mais tempo --já que em dois anos os dirigentes do Likud devem usar as eleições gerais como argumento para estender seu mandato.
"A paralisia democrática que tem atazanado o partido durante os últimos oito anos acabou com a perda de uma geração inteira", assegura o analista, que pergunta: "que incentivo os jovens têm de ingressar no Likud se não têm oportunidade de chegar à lista eleitoral, se tudo está fossilizado?".