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Tefilá: O serviço de coraçao


A Tefilá é a expressão mais óbvia e a mais universal do relacionamento do homem com D'us. Na sua forma mais elevada e a seu nível mais sincero, a oração é chamada de "o serviço de coração"("avodá shebalev"), e é uma das muitas maneiras de se expressar amor por D'us.

"E servirás ao Eterno, teu D'us, com todo o teu coração". Segundo os nossos sábios, esta última parte do versículo refere-se à tfilá, que é obrigatória para homens e mulheres. Nos tempos antigos as orações não estavam estruturadas e eram informais. A obrigação mínima era rezar, ao menos, uma vez por dia, muito embora muitos o tenham feito mais freqüentemente. 

 Embora a oração, na sua forma mais ideal, deva ser espontânea, expressando em palavras o que o coração crê, a falta de capacidade das pessoas "de expressar-se adequadamente e com precisão", a falta de conhecimento lingüístico, da pessoa mediana para "expressar, adequadamente suas necessidades ou louvores a D'us", motivou Ezra e Anshei Knesset Hagdolá (os homens do Grande Sinédrio) a instituir as Dezoito Bençãos (Amidá ou Shmonê Essrê) na sua atual forma e ordem. 

As primeiras três Bençãos contêm louvores a D'us, as três últimas são de graças e as intermediárias contêm solicitações das necessidades mais essenciais individuais e coletivas. O povo as aprendeu e passou a recitá-las fluentemente. Assim, os de pouca facilidade de expressão verbal puderam oferecer as suas orações com a mesma clareza dos que possuíam o dom da eloqüência. 

 Embora o "serviço do coração" tenha sido sempre considerado a expressão mais natural da fé, as orações tornaram-se também o substituto oficial do serviço central do Templo de Jerusalém, depois de sua destruição e a cessação das oferendas no Altar (de acordo com a Torá, oferendas sacrificiais só poderiam ser apresentadas no Beit Hamikdash. Ela proíbe oferecer sacrifícios em outro lugar). 

Assim, a oração matutina (Shacharit) corresponde à oferenda da manhã, a oração de Mincha corresponde a oferenda diária da tarde, a oração de Mussaf no Shabat e nas festas, corresponde à oferenda adicional (Mussaf) prescrita pela Torá, para aqueles dias especiais. As horas das orações também correspondem aos horários nos quais os respectivos sacrifícios eram ofertados.

A exceção é a oração da noite (Maariv ou Arvit), uma vez que não havia sacrifício da noite. É por isso que o status da obrigatoriedade desta oração era objeto de discussões entre as Autoridades Rabínicas. A tradição e a praxe acabaram por estabelecer Maariv firmemente como um serviço regular, porém seu status "não estatutário" ficou indicado pelo fato de ser o único serviço no qual o cantor não repete a Amidá.

A tradição, entre judeus, da oração ser um "serviço do coração", remonta a tempos muito anteriores à destruição do Templo. Foram os patriarcas que nos deram o exemplo. "E Avraham rezou a D'us"(Gen. 20:17) foi um ato de fé, repetido por seus descendentes. Isto explica porque se estabeleceram três orações diárias e não duas, que seria lógico se o único motivo fosse seu papel de substituto pelas oferendas do Beit Hamikdash. Visto que os diversos serviços de orações são considerados, também, como substitutos dos korbanot, as orações também assumiram a obrigatoriedade (e o caráter) dos mesmos. 

Os korbanot deveriam representar a lealdade e devoção a D'us. Era também, um meio de aproximar o judeu de D'us (korban – "sacrifício" é, na realidade, derivado da palavra "karov" – próximo). O "serviço de coração" deveria refletir estas qualidades. 

Tfilá significa falar com D'us. Não quer dizer assistir a um serviço religioso. Significa envolver-se numa experiência, na qual tenta dirigir-se diretamente ao Todo-Poderoso. A recitação de orações, diariamente, pode tender a transformar-se numa prática rotineira, contra a qual os nossos sábios advertiram, dizendo: "Quando rezas, não faças da sua oração uma rotina, mas um apelo por misericórdia e uma súplica perante D'us" (Ética dos Pais 2:18). "Não é considerada uma prece, a oração de quem dela faz uma rotina"(Berachot 4:4). Para que a oração tenha significado, os nossos sábios insistiram em condições conducentes a concentração (kavaná). 

Exigem pureza de pensamentos e santidade do lugar e demandam comportamento digno e respeitoso durante a oração. Por exemplo: É proibido conversar durante a oração; É proibido provocar distração durante a oração; Não se deve permitir leviandade e nenhuma falta ao respeito. Essas são algumas das normas destinadas a ajudar a conseguir a profundidade espiritual ao rezar. 

O resto, depende da própria pessoa. O núcleo de cada oração é a Amidá, que se chama também, Shmonê Essrê, porque, na sua forma original, consistia de dezoito Bençãos. É esta oração que forma a essência de todos os serviços. Recita-se a Amidá em voz baixa, em posição de respeito, com os pés juntos. Uma pessoa doente ou inválida, pode recitar a Amidá sentada, ou até mesmo deitada. 

Não se deve permitir nenhuma interrupção, durante a recitação da Amidá nem nenhum desvio de atenção. Não se deve recitar a Amidá na frente de uma pintura ou escultura. É expressamente proibido, também, rezar a Amidá diante de um espelho. Deve-se ficar voltado em direção a Israel durante a Amidá. Em Israel, volta-se em direção a Jerusalém. 

Em Jerusalém, volta-se em direção ao monte do Templo. Quem não tem certeza da direção certa, "deve dirigir seu coração a D'us". Quando a oração é feita em congregação, a Amidá é repetida na sua totalidade pelo cantor, em cada serviço, menos no de Maariv. O objetivo da repetição é possibilitar aos que não sabem rezar em hebraico ou cujo hebraico é muito falho, ouvir e prestar atenção e responder "Amén" depois de cada Benção. Tendo respondido "Amén", vale pela recitação da Amidá inteira. 

O costume de se dar três passos para trás, quando se termina a Amidá, segue o antigo costume do servente diante de seu amo e o súdito diante de seu soberano. Era desta maneira que se portavam ao se despedirem de seus superiores. O judeu acha apropriado agir desta maneira quando se despede do Rei dos Reis. 

A Amidá da manhã (Shacharit) pode ser recitada desde a hora do levantar do sol até o final do primeiro terço do dia (o período diurno vai do levantar do sol até o pôr-do-sol). Em caso de um atraso inevitável – mesmo que já tenha passado da hora regulamentar – pode-se recitar a Amidá até o meio dia. 

 A Amidá da tarde (Minchá) pode ser recitada desde meia hora após o meio dia até o pôr-do-sol. A Amidá da noite (Maariv ou Arvit) pode ser recitada a noite inteira, a partir do anoitecer. Porém, pode-se recitá-la antes. As mulheres não são obrigadas a cumprir o preceito das orações formais, ou no horário das mesmas, e não são obrigadas a rezar em congregações como os homens. 

O princípio geral de que as mulheres são isentas dos preceitos que têm horas ou dias fixos, leva em consideração os deveres primordiais da mulher como esposa e mãe. Não se espera de uma mãe que está amamentando um filho deixe tudo para assistir às orações. Do homem, sim, se espera que organize seu horário e seu trabalho de modo a poder cumprir as suas obrigações religiosas. Mesmo que nem todas as mulheres tenham tais obrigações durante as suas vidas inteiras, a lei não distingue entre as que podem e as que não podem, e a isenção é extensiva a todas.

As mulheres devem rezar, mas podem fazê-lo a qualquer hora que lhes convenha, e podem rezar em particular, em casa. Embora seja elogiável o seu esforço de assistir as rezas na sinagoga nos dias de Shabat e nas festas – o que as judias observantes geralmente fazem – não é para elas uma obrigação. 

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