apoio do País ao Irã terá 'consequências'
O apoio do Brasil ao Irã ameaça atrapalhar os interesses econômicos
brasileiros nos EUA. O lobby pró-Israel no Congresso americano deixou
de apoiar a abertura do mercado americano ao etanol brasileiro.
"Estávamos nos esforçando para eliminar a tarifa sobre o etanol
brasileiro, mas diante da aproximação do governo Lula com Ahmadinejad,
paramos", disse ao Estado Jack Halpern, um dos diretores do Congresso
Americano Judaico.
"Não podemos recompensar o Brasil com o vasto mercado americano
enquanto seu governo apoia um regime ditatorial, que nega o Holocausto
e está enriquecendo urânio", disse Halpern. O Congresso Americano
Judaico e outros grupos de pressão judaicos gastam milhões de dólares
por ano em lobbies e pesquisas para combustíveis renováveis.
O objetivo é reduzir a dependência dos EUA do petróleo do Oriente
Médio e deixar de enriquecer os países da região, que se opõem a
Israel. A entidade de Halpern, por exemplo, faz lobby para que os EUA
passem a exigir carros flex.
Segundo fontes do Congresso, a relutância do governo brasileiro em
endossar novas sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU foi a
gota d"água. Essas organizações tinham se alinhado com o Brasil no
lobby para derrubar a tarifa sobre o etanol, mas deixaram tudo em
suspenso. "O Brasil precisa entender que o apoio ao Irã traz
consequências", diz Halpern.
ERRO
O lobby pró-Israel americano foi um dos maiores doadores da campanha
eleitoral do presidente Barack Obama, em 2008. "Outros interesses do
Brasil também podem ser afetados", diz Bernard Aronson, ex-secretário
adjunto de Estado para assuntos interamericanos.
"Foi um enorme erro estratégico, o Brasil está jogando fora toda a boa
vontade que havia com o País", disse Aronson. "O Congresso segue a
questão do Irã e da aproximação com o Brasil muito de perto. Isso está
prejudicando muito a imagem do Brasil aqui."
Segundo Aronson, o Brasil poderia ter seus interesses afetados. No ano
passado, por exemplo, o senador Frank Lautenberg bloqueou a
permanência do Brasil no Sistema Geral de Preferências, que concede
vantagens tarifárias, por causa do caso do garoto Sean Goldman. "Esse
é um exemplo de consequência."
Outro que já manifestou repetidas vezes sua insatisfação com a posição
brasileira é o deputado democrata Eliot Engel, presidente do subcomitê
do Hemisfério Ocidental da Câmara. O Comitê de Relações Públicas
Americano-Israelense (Aipac, na sigla em inglês) e outras organizações
judaicas gastaram, no ano passado, US$ 4 milhões com lobby para leis
como a de sanções contra empresas que vendem petróleo refinado para o
Irã, que acaba de ser aprovada no Senado.
PUNIÇÃO
A lei, de autoria do senador democrata Chris Dodd, impõe sanções a
empresas que fornecem petróleo refinado ao Irã e companhias americanas
ou subsidiárias estrangeiras que estejam fazendo negócios com o setor
energético iraniano.
ADVERTÊNCIA
Jack Halpern Diretor do Congresso Americano Judaico
"Não podemos recompensar o Brasil com o vasto mercado americano
enquanto seu governo apoia um regime ditatorial, que nega o Holocausto
e está enriquecendo urânio. O Brasil precisa entender que o apoio ao
Irã traz consequências"
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"A grandeza requer atenção e esforço.
Lembre-se: o mato cresce sozinho, mas flores precisam de cultivo"
Magal
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