O ministro do Interior iraniano, Mustafa Mohammad Najjar, afirmou nesta segunda-feira que o Irã vingará a morte do cientista nuclear Massoud Ali Mohammadi, morto em um atentado em 12 de janeiro passado.
"Os inimigos e o regime sionista devem saber que daremos uma resposta a este ato. Tenham certeza de que o Irã se vingará de vocês pelo martírio de Massoud Ali Mohammadi", advertiu.
"Este ato cego, organizado pelo Mossad [serviço secreto de Israel], a CIA [agência de inteligência americana] e os inimigos da República Islâmica, só demonstra sua fraqueza", acrescentou o ministro, citado pela agência de notícias estatal "Irna".
O citado investigador, Massoud Ali Mohammadi, morreu em 12 de janeiro passado vítima de um atentado com uma motocicleta-bomba, muito preciso e bem-organizado, ao sair de sua residência no norte de Teerã e ia para o trabalho.
Logo após a tragédia, a ideologia política de Mohammadi foi objeto de contradições e disputa entre o regime, que o definiu como um cientista "comprometido" com o sistema, e a oposição, que insiste que ele apoiava o reformismo.
O Irã acusou a CIA e o Mossad, em colaboração com grupos de oposição iraniana no exílio que Teerã considera terroristas, e assegura ter provas disso.
O regime iraniano também acusa Washington de incitar aos protestos que ocorrem no país desde a reeleição do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, há sete meses, em eleições polêmicas cujo resultado a oposição considera fraudulento.
Na quinta-feira passada, o comandante da milícia islâmica Basij, general-de-brigada Mohammad Reza Naqdi, já advertiu aos EUA que seu país quer "vingança" pelos "recentes crimes" cometidos, em alusão à morte de Mohammadi e seu suposto papel na crise política e social que atravessa o país há sete meses.
"O povo está com ódio daqueles que prepararam o terreno para que ocorressem os recentes incidentes e assassinatos", afirmou o militar, citado hoje pelo site da televisão estatal por satélite iraniana "PressTv".
"A vingança desses crimes será cobrada dos EUA e com a ajuda de Deus ela virá", acrescentou Naqdi sem elaborar mais sua ameaça.