Jerusalém, 9 dez (EFE).- O ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, qualificou nesta quarta-feira de "legítima" a resistência de colonos judeus à interrupção da construção nos assentamentos da Cisjordânia decretada pelo Governo.
Lieberman, que mora na colônia de Nokdim, disse à rádio pública do país que considera "naturais" as ações contra a pausa, caso se mantenham dentro dos limites da lei.
No último dia 25, o chefe da diplomacia israelense e líder do partido ultradireitista Yisrael Beiteinu votou a favor da medida no Conselho de Ministros, com o argumento de que era um gesto para seus aliados e que, após os dez meses de pausa, Israel voltará a ampliar as colônias com a normalidade habitual.
As declarações de Lieberman são feitas após duas semanas de incidentes entre colonos da direita religiosa e as forças de segurança que escoltam os inspetores militares que comprovam a aplicação da moratória, que não inclui Jerusalém Oriental.
O conselho de assentamentos Yesha convocou para esta quarta-feira uma manifestação contra a decisão junto à residência do chefe do Governo israelense.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decretou a interrupção a fim de incentivar os palestinos a retomar o diálogo de paz com Israel, paralisado desde o final do ano passado.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) se recusa a retornar à mesa de negociações, ao considerar a medida insuficiente, porque não inclui Jerusalém Oriental e as cerca de 3 mil casas onde já foram colocados os alicerces, assim como infraestruturas públicas como escolas, centros de saúde ou sinagogas.
O Mapa do Caminho, o plano de paz lançado em 2003 pelo Quarteto de Madri (ONU, EUA, União Europeia e Rússia), obriga Israel a parar qualquer construção nas colônias judaicas, tanto nas de Jerusalém Oriental quanto nas da Cisjordânia.