militarmente atado enquanto os Estados Unidos buscam um acordo nuclear
com o Irã no ano que vem, de acordo com um exercício tático sigiloso
da principal instituição de pesquisas estratégicas de Israel.
Nem mesmo um tiro de advertência do primeiro-ministro israelense,
Benjamin Netanyahu, - a simulação contou com uma incursão militar
contra a usina iraniana de água pesada em Arak - abalaria a
insistência do presidente dos EUA, Barack Obama, no diálogo.
Enquanto isso, o arquiinimigo de Israel provavelmente continuará
enriquecendo urânio, talvez até mesmo obtendo a aprovação relutante do
Ocidente.
"Os iranianos acabaram se sentindo melhor que os norte-americanos,
pois eles estavam mais determinados em se aferrar a seus objetivos",
disse Giora Eiland, ex-conselheiro de segurança nacional israelense
que interpretou Netanyahu no jogo de guerra de 1º de novembro no
Instituto para Estudos sobre Segurança Nacional (INSS) da Universidade
de Tel Aviv.
Refletindo o isolamento relativo de Israel, Eiland e sua equipe
passaram boa parte da simulação de fora das conversas multilaterais no
prédio de três andares do INSS.
"Netanyahu" teve encontros de bastidores com o presidente Barack Obama
- interpretado por Zvi Rafiah -, ex-diplomata israelense com fortes
laços com os norte-americanos. Mas as conversas deles foram rápidas e
nebulosas.
"Nossa influência sobre os norte-americanos, quando pudemos mantê-los
afastados dos iranianos, europeus e outros, foi limitada", disse
Eiland à Reuters. "Praticamente a única carta que tínhamos a jogar era
a da ação militar. E essa é uma carta desbotada."
Supostamente o único da região a ter um arsenal atômico, Israel
insinuou a possibilidade de lançar ataques preventivos como último
recurso para evitar que o Irã tenha os meios de fazer uma bomba.
Muitos especialistas, no entanto, acreditam que Israel estaria
taticamente paralisado assim como contrário a Obama, que está
preocupado em provocar um novo conflito no Oriente Médio.
"Eu me preocupo sobre Israel. Preciso defender Israel. Mas Israel não
pode agir unilateralmente", disse Rafiah, na pele de Obama.
A simulação foi dirigida por Emily Landau, especialista em políticas
do INSS, que levou as conclusões ao governo de Israel.
"A idéia era criar uma situação onde os norte-americanos tentam uma
abordagem nova e bilateral em relação ao Irã - tanto em termos de
refrear seu projeto nuclear como de encontrar uma forma de satisfazer
suas outras demandas", disse Landau, que vê pouco futuro para as
sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU), dadas as recusas russas e chinesas.
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Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha
intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata.
Magal
http://twitter.com/magal