JERUSALÉM - Parentes de vítimas israelenses de ataques palestinos criticaram nesta quarta-feira, 30, a decisão do Tribunal Supremo de revogar a proibição aos palestinos de ter acesso à estrada 443, que liga Jerusalém e Tel Aviv através da Cisjordânia ocupada.
A máxima corte israelense ordenou nesta última terça-feira que o Exército abra de novo aos palestinos nos próximos meses a rota que tiveram vedada durante uma década, em maior ou menor medida, por causa de ataques contra carros de israelenses no início da Segunda Intifada.
O Supremo considera desproporcional esta interdição, que tinha levado organizações de direitos humanos a acusar o Exército do país de ter transformado a 443 em uma "estrada do apartheid" em território palestino.
Cerca de 40 mil veículos usam a via todos os dias - até então "só para israelenses" -, que, desde sua construção, nos anos 80, se transformou em uma popular alternativa aos engarrafamentos da estrada 1 para ir de Jerusalém a Tel Aviv, segundo dados apresentados ao tribunal pela Associação para os direitos Civis de Israel (Acri), que representava 25 palestinos.
A presidente Dorit Beinisch e Uzi Vogelman, os dois juízes que votaram a favor, frente a um que se opôs, lembra que o Supremo aprovou a desapropriação de terrenos palestinos para a construção da estrada porque o Exército argumentou que também beneficiaria a população palestina.
Mas, desde 2002, o Exército israelense impedia o acesso dos palestinos à estrada 443, tanto a pé quanto de carro, por meio de grandes blocos de cimento, montes de areia ou lixo e outros tipos de obstáculos nas entradas que vinham de seus povoados.
Após o anúncio, parentes de vítimas israelenses de ataques palestinos na 443 e deputados direitistas criticaram uma medida que consideram um estímulo para o terrorismo.
Haim Bibas, prefeito da cidade israelense de Modi'in, ligada à via, considerou a decisão "completamente desligada da realidade".
Israelenses criticam decisão de abrir estrada a palestinos
quarta-feira, dezembro 30, 2009
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