nesta segunda-feira no 22º aniversário de sua criação que nunca
reconhecerá o Estado de Israel e que o atual controle de Gaza é só o
primeiro passo para libertar toda a Palestina.
Assim destacou o chefe do Governo do Hamas na faixa, Ismail Haniyeh,
diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas por causa das
comemorações na emblemática Al-Katiba, situada no centro da Gaza
capital e conhecida como a "Praça Verde".
"A partir do mar (Mediterrâneo) até o rio (Jordan), a Palestina é uma
herança islâmica que não está submissa a nenhuma concessão", proclamou
Haniyeh aos presentes, muitos deles empunhando bandeiras e retratos
dos líderes e mártires do movimento.
"Hamas não vai se contentar com a libertação de Gaza, quer também a
libertação de toda Palestina, do mar ao rio" disse, antes de detalhar
que a retirada israelense e a tomada de controle da faixa "é só um
passo no caminho de uma libertação completa".
"A ocupação não freará nosso empenho", afirmou Haniyeh.
O líder do Hamas chamou ao rival movimento nacionalista Fatah do
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a
somar-se a ele em um processo de reconciliação.
"Chamamos ao movimento Fatah e às outras facções (palestinas) para
adotarmos uma reconciliação geral como estratégia. Terminemos com a
divisão para poder dedicarmos nossos esforços unificados a Jerusalém e
ao nosso povo", disse.
"Ninguém pode nos impor condições que não aceitemos ou que não
queremos. Hamas é forte e tem sua própria estratégia e poder"
acrescentou, em alusão à pressão dos mediadores egípcios para que o
movimento islamita aceite os termos de um acordo de reconciliação que
já conta com o sinal verde do Fatah.
"Egito deve estudar as observações apresentadas pelo Hamas" explicou,
e encorajou ao Cairo a continuar seus esforços de mediação.
Segundo observadores locais, o Hamas tentou mostrar com a manifestação
em massa desta segunda-feira uma imagem de fortaleza após a última
ofensiva israelense em Gaza, que causou mais de 1,4 mil mortes - na
maioria de civis - o que em alguns setores da faixa diminuiu
popularidade ao movimento islamita.
Surgido em meio a Primeira Intifada contra a ocupação israelense,
Hamas foi fundado em 14 de dezembro de 1987 por seu chefe espiritual,
o xeque Ahmed Yassin, que foi assassinado em 2004 durante um ataque
aéreo de Israel.
Quase duas décadas após a criação, e após uma vasta obra social entre
os palestinos e a ininterrupta luta armada contra os israelenses, o
movimento islamita garantiu sua importância no cenário regional com
sua vitória nas eleições de 2006 sobre o Fatah.
Apontou também sua preponderância em 2007 ao assumir o controle da
faixa após expulsar às forças leais à ANP.
Desde então, o Hamas é visto como a principal força da luta armada
palestina contra o Estado de Israel.
Segundo disse à Agência Efe na cidade cisjordaniana de Ramala, sede do
Governo de Abbas, o deputado islamita e vice-presidente do Parlamento,
Mahmoud Ramahi, as forças de segurança da ANP prenderam na Cisjordânia
durante o dia 150 seguidores do Hamas, para impedir que os islamitas
celebrassem a comemoração nesse território palestino, situação não
confirmada por outras fontes.
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Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha
intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata.
Magal
http://twitter.com/magal