As fontes disseram ao jornal editado em Londres que a liderança do movimento islâmico, reunida em Damasco (sede da direção no exílio) nesta quarta, está dividido em torno da proposta israelense, entregue na terça aos mediadores alemães e egípcios no Cairo.
"Há duas opiniões entre a delegação de Gaza e a de Damasco quanto à decisão final", disseram as fontes. Parte da liderança islamita não está disposta a libertar Shalit sem a libertação de todos os integrantes da lista, enquanto outra parte tem um enfoque mais pragmático e aberto a concessões, disseram as fontes. Neste sentido, o encontro em Damasco é fundamental, porque deve "acabar com resultados", destacaram.
O Hamas, cuja milícia foi uma das três que capturou Shalit, em junho de 2006, exige a libertação de mil dos 11 mil presos palestinos em Israel, em troca da entrega do militar.
Tanto dirigentes do Hamas quanto israelenses reconhecem que as negociações avançaram consideravelmente nos últimos tempos, mas preferem manter a cautela. "Nunca estivemos tão perto de um acordo", chegou a afirmar na terça, na Turquia, o ministro da Indústria, Trabalho e Comércio israelense, Benjamin Ben-Eliezer
Nos últimos dias, indicava-se que o acordo se concretizaria na próxima sexta-feira, em coincidência com a festividade muçulmana do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), mas agora parece mais difícil que aconteça assim.
Segundo as fontes, as diferenças são sobre 70 das centenas de nomes incluídos na lista de palestinos envolvidos em atos de violência política contra israelenses - incluindo atentados terroristas - cuja libertação é solicitada pelo Hamas.
Israel rejeitou também uma proposta do Hamas para que alguns presos fossem deportados para fora dos territórios palestinos após a libertação, para evitar que voltem às armas, acrescentaram.
Em outubro do ano passado, graças à mediação da Alemanha, o Hamas entregou a Israel um vídeo no qual o soldado aparece em relativo bom estado, em troca da libertação de 20 presas palestinas.