Israel aprovou a construção de 900 casas no bairro de Gilo em Jerusalém. Em qualquer outro lugar do mundo, tal aprovação seria completamente ignorada. Mas não neste caso, Israel é o único país que tem constantemente a imprensa e os governos internacionais a ingerirem-se nos seus assuntos de natureza municipal. A Casa Branca, por exemplo, já se mostrou "consternada" com a construção das novas habitações.
Para além de não se indignar com outros assuntos, a administração Obama ainda não percebeu um facto básico: Jerusalém é a capital de Israel, e todos os aspectos referentes a gestão da cidade são assuntos do Estado de Israel. Com estas interferências, a Casa Branca não só se intromete na política interna de outro país, como insiste em querer tornar árabe uma cidade que é judaica, e em ignorar completamente a história recente da região.
Jerusalém foi abandonada à sua sorte pela comunidade internacional em Maio de 1948. Na altura, tal como hoje, a maioria da população era composta por Judeus. Apesar disso, o plano de partilha da Palestina previa para Jerusalém um estatuto de cidade internacional. Não passou das previsões: enquanto que a Agência Judaica aceitou esse estatuto, a Assembleia Geral das Nações Unidas rejeitou três propostas que visavam colocar a cidade sob a sua administração.
Na linha da frente da rejeição surgiram os estados árabes, que contra toda a demografia da altura, insistiam em decretar Jerusalém como árabe. As Nações Unidas não assumiram as suas responsabilidades como estava previsto. Os árabes, exultantes com a derrota das propostas, decretaram que haveriam de expulsar os Judeus e que a guerra resolveria a situação. Foram cumpridos os desejos de ambos e Israel conquistou a cidade.
Se a História tivesse decorrido de outra maneira, e os estados árabes tivessem ganho as guerras e expulso os Judeus, como prometiam, toda a discussão em torno de Jerusalém não se verificaria. A conquista árabe seria vista com benevolência e com naturalidade.
Como foi o contrário que aconteceu (com excepção da expulsão dos árabes, que não se chegou a verificar), todos os dias há declarações criticando a soberania israelita.
Os que abandonaram Jerusalém e os que os que a queriam tomar ilegitimamente, surgem agora muito indignados como a construção de casas em determinados bairros. Deveriam ter pensado nisso em 1948.