
Gaza, 16 nov (EFE).- O movimento islâmico Hamas criticou hoje os planos da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de pedir à ONU que reconheça formalmente um Estado palestino, ao considerar que isso distrai o verdadeiro objetivo, que é acabar com a ocupação israelense.
"Em vez de ameaçar declarar unilateralmente um Estado palestino que se estabeleceria no ar, seria preciso trabalhar para libertar os territórios ocupados e pôr fim à atual divisão interna", disse Salah al-Bardawil, um dos dirigentes do Hamas em Gaza.
Em comunicado, Bardawil ressaltou que os palestinos deveriam centrar seus esforços em "libertar a terra", em vez de em declarar sobre o papel um Estado independente em uma quinta parte da "Palestina histórica", o que "seria rejeitado pelo mundo".
"A ameaça de declarar um Estado após tê-lo feito já em 1988 (com a Declaração de Independência Palestina) é só uma forma de fugir dos benefícios da resistência e da reconciliação juntas", prosseguiu.
O dirigente do Hamas, movimento que governa Gaza, respondia assim ao anúncio da ANP de que está buscando apoio entre a comunidade internacional para que a ONU inclua como membro de plenário um futuro Estado palestino.
Em conformidade com a legislação e o consenso internacional, o Estado seria formalmente declarado nas fronteiras anteriores ao conflito de 1967, ou seja, em Gaza e Cisjordânia, mais Jerusalém Oriental como capital (22% da Palestina histórica).