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5 anos da morte de Arafat


Em meio a crise política e negociações estagnadas, milhares homenageiam líder da Autoridade Palestina


RAMALLAH, Cisjordânia - Milhares de palestinos se reuniram nesta quarta-feira, 11, em Ramallah, na Cisjordânia, para celebrar o quinto aniversário da morte do líder histórico Yasser Arafat, enquanto a Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, sucessor de Arafat.

Cinco anos depois de sua misteriosa morte num hospital parisiense, o mitológico líder palestino foi lembrado em manifestações e eventos oficiais nos territórios palestinos. Na Cisjordânia, reduto político de Arafat - fundador do Fatah -, as homenagens serão mais visíveis do que na Faixa de Gaza, controlada há dois anos e meio pelo rival Hamas. O grupo islâmico proibiu manifestações em memória de Arafat. A mais recente, em 2007, acabou com sete mortos. Mas, apesar da proibição, é provável que moradores de Gaza improvisem pequenas passeatas.

Abu Amar - nome de guerra pelo qual Arafat é conhecido popularmente - ainda é a grande referência política entre palestinos. Segundo pesquisa de opinião divulgada recentemente, 81,9% dos moradores da Cisjordânia e da Faixa de Gaza têm "saudades" do ex-presidente, que morreu no dia 11 de novembro de 2004 de causas até agora pouco esclarecidas.

Meia década se passou e, hoje, o sonho da criação de um Estado independente parece tão ou mais longe do que na época de Arafat. A decisão de seu sucessor, o atual presidente palestino Mahmoud Abbas, de não concorrer à reeleição daqui a três meses parece ter trazido à tona certa nostalgia dos tempos em que palestinos tinham um líder carismático e forte.

"A decisão de Abbas reviveu o desejo popular por um líder genuíno. Mesmo entre os que discordavam de Arafat, ele é visto com reverência. Abbas, por outro lado, é mais parecido com um burocrata. É leal aos palestinos, mas não tem a paixão de Arafat", analisa Daoud Kuttab, ex-professor de jornalismo da Universidade Princeton.

Para Samir Awad, do Centro de Estudos de Desenvolvimento da Universidade Birzeit, na Cisjordânia, Arafat teria conseguido conter a atual cisão entre Hamas e Fatah. "Ele se mudaria para a Cidade de Gaza no terceiro dia da divisão. Ele tinha o controle, a legitimidade e o carisma - tudo o que falta a Abbas - para superar obstáculos."

Se alguma coisa da política palestina se manteve nos últimos cinco anos, foi o impasse nas negociações com Israel. Em 2000, Arafat e o então primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, quase chegaram a um acordo abrangente. Mas tudo mudou com o começo da segunda intifada (levante palestino).

Os atentados palestinos e as violentas reações militares de Israel levaram a região a uma espiral de violência. No auge da crise, o ex-premiê Ariel Sharon confinou Arafat em seu quartel-general, em Ramallah, acusando-o de "não ser confiável".

Quando Abbas subiu ao poder, em 2005, a expectativa era a de que Israel iria, finalmente, voltar à mesa de negociações. Afinal, ele é tido como um dos líderes palestinos mais moderados. Mas nenhum acordo de paz foi assinado. "O primeiro-ministro israelense, Binyamin "Bibi" Netanyahu, diz querer a paz, mas só se Israel controlar tudo. Ele quer que os palestinos aceitem um Estado em pedaços, sem conexão entre Cisjordânia e Gaza, sem soberania.

Mas há quem mantenha o otimismo. Para o jornalista Kuttab, depois da morte de Arafat a vida melhorou muito, pelo menos na Cisjordânia. Ele aponta o primeiro-ministro palestino, o economista Salam Fayad, como responsável pelo recente desenvolvimento. Fora isso, Kuttab acha que o objetivo da criação de um Estado palestino está mais próximo do que nunca.

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