"Buscamos por todo o mundo e reunimos todas as informações possíveis. Pelo que sabemos, trata-se do levantamento mais completo já publicado", explicou hoje em Bruxelas o historiador Jan Cardoen, responsável pelo projeto.
Ao todo, 21 campos de concentração, seis de extermínio, 798 comandos, 509 prisões, 498 campos, 95 stalags (campos para prisioneiros de guerra), 46 oflags (campos para oficiais prisioneiros de guerra), 67 campos de reeducação e 70 de trabalho para a deportação racial figuram entre os 2.107 lugares identificados.
O projeto nasceu há

Após um longo e exaustivo trabalho de pesquisa, nesta quarta-feira, saiu a primeira edição do plano. Cardoen pondera que o projeto terá continuidade a partir das novas informações que surgirem.
Concretamente, o mapa cobre os territórios do III Reich alemão (essencialmente as atuais Áustria e Alemanha), os países sob protetorado (Polônia e Tchecoslováquia) e parte de alguns estados ocupados (França e Bélgica), embora o historiador não descartou a possibilidade de ampliá-lo até Itália, Romênia e os países balcânicos.
De fato a análise realizada permite concluir que os lugares de detenção nazistas somam mais de 20 mil, dado que o mapa não inclui os stalags de menor tamanho nem entre os 3 mil e 4 mil guetos judeus que existiram na Polônia segundo algumas fontes.
O instituto geográfico nacional belga, que também participou do projeto, comprovou a exatidão de todos os lugares localizados no plano e verificou os topônimos, um trabalho árduo já que um mesmo ponto poderia receber diferentes nomes de acordo com diversos idiomas.
"Quando começamos o projeto, estávamos longe de imaginar esta realidade cruel: uma Europa central transformada em uma prisão ao ar livre", declarou o presidente do Instituto de Veteranos belga, André Lejoly.
Para as gerações passadas, o levantamento é uma marca de respeito, uma lembrança mediante o qual o instituto presta uma homenagem aos veteranos, destacou Lejoly.
Para as gerações atuais e as próximas "constitui um convite ao conhecimento, por meio da história, e à consciência, para que se tenha certeza que sistemas como este nunca voltarão a reaparecer e que nenhum plano futuro da Europa se pareça ao que acabamos de editar".