
O ex-premiê israelense Ehud Olmert irá a julgamento nesta sexta-feira, em Jerusalém, por acusações de fraude, quebra de confiança e sonegação de impostos --alegações que o forçaram a se demitir no ano passado.
Olmert, 64, nega qualquer ilegalidade e vai tentar provar ser falsa a acusação de que ele recebeu pagamentos em dinheiro de um empresário norte-americano, privilegiou os interesses de clientes de um ex-parceiro em uma firma de advocacia e cobrou em dobro instituições de caridade por despesas de levantadores de fundos de campanha.
Olmert será o primeiro premiê israelense a enfrentar um julgamento.
Os supostos crimes teriam sido cometidos quando Olmert estava nos cargos de prefeito de Jerusalém e ministro do Comércio.
Shula Zaken, assistente e ex-chefe de escritório de Olmert, também será acusada por várias acusações, entre outros, o de escutas ilegais.
No caso da agência de viagens Rishon Tours, a Procuradoria acusa o ex-chefe do governo israelense de ter apresentado contas duplicadas a diferentes organismos e instituições relacionadas aos os deslocamentos ao exterior realizados entre 1993 e 2003, quando Olmert era prefeito de Jerusalém.
Aparentemente, a agência duplicava as passagens e despesas de hotel, o que gerava um lucro que era depositado em uma conta privada em nome do premiê, que depois era usado para custear suas férias e as de seus parentes.
Além disso, a Procuradoria acusa Olmert de ter recebido durante uma década grandes quantias de dinheiro do empresário americano Morris Talansky.
De acordo com o indiciamento, o ex-dirigente israelense incorreu nos delitos de fraude, abuso de confiança, evasão de impostos, violação da chamada Lei do Presente e não declaração de receita.
Olmert também teria incorrido, segundo a Procuradoria, nos crimes de conflito de interesses, quebra da confiança e fraude, ao conceder favores pessoais e beneficiar seu ex-sócio e amigo Uri Messer, no caso conhecido como o "Investment Center".
O ex-premiê israelense reiterou publicamente sua inocência, mas isso não impediu que tivesse, no ano passado, que renunciar tanto à chefia do governo quanto à Presidência de seu partido, o Kadima --o que levou a uma convocação de eleições gerais e uma mudança governamental no país.