
JERUSALÉM - O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovará centenas de novas residências em assentamentos na Cisjordânia antes de reduzir o ritmo das construções, afirmaram dois de seus assessores nesta sexta-feira, 4. A medida ignora os apelos dos Estados Unidos pela paralisação total das construções nessa área, que os palestinos querem para seu futuro Estado.

Os funcionários disseram também que Netanyahu considera um congelamento temporário na construção nos assentamentos. A definição dele para esse congelamento, porém, incluiria a construção de novas unidades e a finalização de outras 2.500 em obras.
A suspensão não incluiria Jerusalém Oriental, que os palestinos esperam transformar em sua futura capital. Os EUA reiteram que toda a atividade de assentamentos em terras que os palestinos pretendem ocupar deve cessar, sem exceções. Israel, contudo, aparentemente ganhou margem de manobra nas últimas semanas, enquanto os dois lados discutiam os detalhes de um acordo para a interrupção das construções.
Os dois assessores de Netanyahu falaram sob condição de anonimato. A informação também foi veiculada em veículos importantes da imprensa israelense nesta sexta-feira. Não está claro se Washington sabia anteriormente da notícia, que pode minar a credibilidade da administração Barack Obama no mundo árabe.
O número de colonos israelenses subiu bastante durante décadas e mais que dobrou desde o início dos anos 1990. Atualmente, aproximadamente 300 mil israelenses

Netanyahu enfrenta oposição interna a concessões sobre esse tema. Sua coalizão é dominada por linhas-duras e inclusive membros de seu próprio partido, o Likud, opõem-se à medida. Ministros israelenses e palestinos se encontraram nesta semana, para discutir projetos de desenvolvimento. Foi o primeiro encontro de alto nível entre os dois lados desde a posse de Netanyahu, no fim de março. Funcionários dos dois governos também disseram que o primeiro encontro entre Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deve ocorrer ainda neste mês, em Nova York. Os dois líderes estarão na cidade para a Assembleia Geral da ONU.