
JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fará menos concessões ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para conseguir a paz que seu antecessor no cargo, Ehud Olmert, como afirmou nesta quinta-feira, 18, o vice-premiê israelense, Dan Meridor. "Abu Mazen (Abbas) não obterá de Netanyahu o que Olmert acordou dar", advertiu Meridor em conferência em Tel Aviv, segundo a imprensa local.
Meridor, que também ocupa o Ministério de Serviços Secretos e Tecnologia Nuclear, acredita que "os palestinos vão demonstrar que estão fazendo uma mudança que levará a um acordo". "Um primeiro-ministro do (partido direitista) Likud (de Netanyahu) disse que aceita um Estado palestino desmilitarizado e a pergunta agora é que caminho Abu Mazen escolherá tomar", continuou.
No domingo passado, em um grande discurso, Netanyahu aceitou pela primeira vez a criação de um Estado palestino, embora tenha posto duras condições, como que o país seja desmilitarizado. Netanyahu, que já liderou o Governo israelense entre 1996 e 1999, se negava até então a aceitar publicamente a solução de dois Estados.
Ehud Olmert, seu imediato antecessor e ex-líder do Kadima - cisão do Likud mais próxima ao centro político -, apoiou essa fórmula desde o início de seu mandato, que foi a base do fracassado processo de paz de Annapolis (EUA), lançado em novembro de 2007.
Nessas conversas, nunca se esteve realmente perto um acordo por causa das diferenças entre as partes, segundo informaram fontes israelenses e palestinas próximas ao diálogo. A oferta mais "generosa" feita por Israel foi aceitar o estabelecimento de um Estado palestino em Gaza e 93% da Cisjordânia, assim como adiar o assunto de Jerusalém e o dos refugiados palestinos, segundo publicou então o diário Haaretz.