
Para impulsionar campanha de segurança apoiada pelos EUA, Exército não entrará em 4 cidades do território
JERUSALÉM - O Exército de Israel está reduzindo seu contingente em quatro importantes cidades da Cisjordânia para tentar impulsionar uma campanha de segurança apoiada por Washington, disseram nesta quinta-feira, 25, fontes no Ministério da Defesa do país. O plano, segundo os funcionários, é repassar mais responsabilidade sobre a segurança local a forças palestinas treinadas pelos Estados Unidos.
A medida coincide com tentativas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de persuadir o presidente dos EUA, Barack Obama, a atenuar sua demanda por um total congelamento na construção de assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada. As fontes militares disseram que o Exército não entrará nas cidades de Qalqilya, Belém, Jericó e Ramallah a não ser quando for necessário evitar ataques contra israelenses. Os funcionários israelenses conversaram sob a condição de anonimato porque o anúncio formal da medida ainda não foi feito.
Israel chegou a retirar-se dessas cidades durante a década de 1990, mas as reocuparam militarmente depois do início do último levante palestino, em setembro de 2000. Desde então, os palestinos pressionam pela retirada israelense dessas cidades.
"As FDI (Forças de Defesa de Israel) agirão tão pouco quanto possível para permitir aos palestinos tomar mais iniciativa e responsabilidades sobre sua segurança", disse uma fonte de segurança israelense, referindo-se às forças palestinas que recebem treinamento e equipamento de Estados Unidos e Europa. "Assim que eles derem um passo à frente em responsabilidade, nós daremos um passo atrás no controle da área", afirmou. Mas a fonte acrescentou: "Em circunstâncias de bombas, ou um ataque planejado, Israel não hesitará em entrar e frustrar o ataque".
Sob pressão para amenizar o sofrimento palestino, Israel removeu diversos pontos de checagem na Cisjordânia, incluindo uma na entrada da cidade de Jericó. Mas centenas de outras barreiras permanecem ativas, limitando o deslocamento e o comércio palestinos.