desaparecer em menos de 50 anos se um plano de resgate não for
colocado em ação. Fronteira entre Israel, território palestinos e a
Jordânia na chamada falha sírio-africana, o mar cuja altíssima
salinidade não permite que nada cresça nele pode ser salvo da seca –
que o leva a diminuir a uma taxa de quase meio metro por ano – por um
projeto que prevê a transferência de milhões de litros de água do Mar
Vermelho, no sul do país.
O esquema envolve um canal de 177 quilômetros – do Mar Vermelho até o
Morto – responsável por transferir cinco milhões de toneladas métricas
por dia ao mar na região de Madaba, no norte.
A nova fonte de água é necessária para que se evite o desaparecimento
completo do Mar Morto, o que o Banco Mundial já classificou como
"calamidade ambiental".
– O Rio Jordão, que deságua nele, é extremamente significativo para o
deserto, sendo responsável por enviar mais de 1,3 bilhão de milímetros
cúbicos para a região próxima ao Mar Morto – explica Adnan al-Zoubi,
porta-voz do Ministério de Água e Irrigação jordaniano. – Com o
projeto, será possível trazer mais água às regiões próximas ao Rio
Jordão, além de gerar energia hidrelétrica dentro de 15 anos.
A eletricidade, acreditam engenheiros envolvidos no projeto, será
possível graças ao fato de o Mar Vermelho estar a quase 400 metros
acima do Mar Morto.
Além disso, observa al-Zoubi, o projeto pode potencializar as áreas
por onde passar, incentivando atividades como pesca, agricultura ou
futuras indústrias.
A empresa britânica Environmental Resources Mangement ganhou o
contrato para avaliar o impacto ambiental que o canal pode trazer. As
duas partes do plano – referentes a meio ambiente e engenharia – terão
juntas um custo aproximado de R$ 31 bilhões.
Além de aspectos envolvidos como economia e religião, o turismo também
deve se beneficiar do projeto em estudo. De acordo com a ministra do
Turismo da Jordânia, Maha Khatib, o setor é responsável por 14% do PIB
e é atualmente a segunda maior atividade econômica do país.
A Jordânia é um dos 10 países mais pobres em água do mundo. Espera-se
que o projeto ajude a acabar com o rígido racionamento.