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Israel não é obrigado a aceitar Estado palestino, diz chanceler


Ultranacionalista assume a pasta de Relações Exteriores afirmando que concessões "trarão guerra"

JERUSALÉM - O novo ministro das Relações Exteriores de Israel, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, disse nesta quarta-feira, 1, que Israel não está preso aos compromissos assumidos em uma conferência patrocinada pelos EUA para buscar a criação de um Estado palestino. Segundo ele, eventuais concessões aos palestinos "trarão guerra, e não paz".
Na cerimônia de posse realizada nesta quarta-feira na sede da chancelaria israelense em Jerusalém, Lieberman, um radical de extrema direita, também criticou os esforços de paz do governo anterior. A antecessora de Lieberman, Tzipi Livni, interrompeu o discurso de Lieberman e manifestou sua discordância. A situação gerou desconforto entre os diplomatas presentes.



"Não há um documento que nos obrigue - e não é a conferência de Annapolis, ela não tem validade", disse Lieberman em um discurso, referindo-se ao encontro de 2007 em Annapolis, nos EUA. "O governo israelense nunca ratificou Annapolis, nem o Parlamento", afirmou. Ele afirmou que, em vez disso, Israel seguirá um caminho traçado pelo plano de paz conhecido como "mapa do caminho", que tem o apoio dos EUA. A proposta, baseada em desempenho, condicionou a criação do Estado palestino à repressão dos militantes pelos palestinos. Ela também prevê que Israel congele toda a atividade de construção de assentamentos em terras palestinas ocupadas.



Indagada sobre as declarações de Lieberman, uma fonte política próxima ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que as declarações refletem em grande medida a posição do novo premiê. Netanyahu vem evitando endossar a criação de um Estado palestino, meta explícita da conferência de Annapolis e que foi reafirmada na semana passada pelo presidente norte-americano, Barack Obama.



A fala de Lieberman veio à tona pouco depois de o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, ter dito que o novo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não acredita na paz. Após o discurso do chanceler israelense, um assessor de Abbas pediu que os EUA se oponham à posição de Lieberman sobre o acordo que previu a criação do Estado palestino, afirmando que Washington "deve assumir uma postura clara contra essa política antes que as coisas piorem".



EUA reafirmam compromisso



O governo de Barack Obama permanece comprometido com uma "solução de dois Estados", um palestino ao lado de Israel, disse uma importante autoridade dos EUA na quarta-feira."Continua sendo o nosso ponto de vista que a solução de dois Estados, israelenses e palestinos vivendo lado a lado em paz e segurança, é de nosso interesse e de interesse da região", disse à Reuters a autoridade, que acompanha o presidente Obama em uma cúpula do G20 em Londres. A fonte afirmou, no entanto, ainda não ter ouvido a fala de Lieberman.



O enviado especial para o Oriente Médio e ex-premiê da Grã Bretanha, Tony Blair, disse que os palestinos devem ter seu próprio Estado ou haverá poucas chances de conter ou cessar a violência na região. "A alternativa para a solução de dois Estados é uma solução de um Estado. Se houver a solução de um Estado, haverá uma grande briga", disse ele, respondendo a jornalistas em Bruxelas sobre a solução de dois Estados, sem se referir diretamente à fala de Lieberman. Blair é representante do chamado "Quarteto" (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas) para as negociações de paz no Oriente Médio.

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