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Chanceler de Israel descarta deixar Golã para paz com Síria


Após atacar acordo com palestinos proposto pelos EUA, ultranacionalista vincula paz ao desarmamento do Hamas.
JERUSALÉM - O novo ministro de Relações Exteriores de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, descarta qualquer retirada de seu país das Colinas de Golã como requisito para conseguir a paz com a Síria, como diz em entrevista publicada nesta quinta-feira, 2, pelo diário local Ha'aretz.
As colinas do Golã formam um território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967), não reconhecido internacionalmente, e que a Síria reivindica para assinar um acordo de paz com o Estado judeu. "Não existe uma resolução de governo sobre as negociações com a Síria, e já dissemos que não acordaremos nos retirar das Colinas de Golã. A paz só será em troca de paz", afirma Lieberman.


O governo Ehud Olmert teve conversas de paz com a Síria, com a Turquia como mediador, entre maio e dezembro de 2008. Os contatos foram suspensos, porém, quando Israel lançou no final do ano passado uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.


Lieberman diz ao jornal que como requisito para dialogar com a moderada Autoridade Nacional Palestina (ANP), os palestinos devem antes lutar contra todo tipo de terrorismo, tomar o controle de Gaza e desmilitarizar o movimento islâmico Hamas.


Impasse com palestinos


O controvertido líder do partido ultradireitista disse em declarações publicadas nesta quinta-feira que será difícil obter avanços em um processo de paz com os palestinos enquanto o grupo islâmico Hamas continuar armado e controlando a Faixa de Gaza. "Os palestinos devem antes de tudo confrontar o terror, assumir o controle de Gaza e desmilitarizar o Hamas", disse o direitista Lieberman ao jornal Haaretz. "Sem isso, será difícil avançar."

Lieberman irritou os palestinos e contrariou os EUA na quarta-feira ao dizer que Israel não tem a obrigação de começar negociações que levem a um Estado palestino. No seu primeiro dia no cargo, ele afirmou que a chamada declaração de Annapolis, adotada em 2007 nos EUA, "não tem validade". A Casa Branca reagiu dizendo que continua comprometida com uma solução que leve à existência de dois Estados na região. "Entendemos que teremos discussões francas", acrescentou um porta-voz dos EUA.

A conferência de paz de 2007 em Annapolis terminou com a decisão de que israelenses e palestinos deveriam resolver questões cruciais que levem à coexistência pacífica de dois países independentes. Mas Lieberman, um imigrante soviético considerado racista por muitos árabes, disse ao Haaretz que Israel só tem compromisso com o "mapa da paz", de 2003, também apoiado pelos EUA. Isso incluiria a remoção de postos avançados de colonos judeus e a paralisação da ampliação dos assentamentos em territórios ocupados. Já os palestinos teriam a obrigação de controlar a violência.
"Conduziremos negociações com a Autoridade Palestina, mas queremos garantir que seus 'cheques' não sejam devolvidos", disse Lieberman. "Israel aceitou obrigações relativas ao mapa da paz e irá honrá-las, mas deve haver reciprocidade."

As declarações de Lieberman na quarta-feira confirmam que o novo governo israelense de Benjamin Netanyahu abandonou o compromisso de seu antecessor no sentido de negociar as fronteiras e questões como o status de Jerusalém antes que ambas as partes estejam satisfeitas com o cumprimento das promessas do "mapa da paz". Isso pode retardar as negociações sobre o Estado palestino. Como Gaza está nas mãos do Hamas, muitos duvidam que os líderes palestinos da Cisjordânia, apoiados pelo Ocidente, possam cumprir num futuro próximo os pré-requisitos de segurança.

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