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Shimon Peres - "Uma Região, Dois Estados"

 

Uma Região, Dois Estados

 

Por Shimon Peres(Presidente de Israel) – 10 de fevereiro de 2009

 

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/02/09/AR2009020902098.html

 

Não há falta de opiniões quando se trata de questões relativas ao Oriente Médio, e os acontecimentos recentes em Gaza confirmam isto.  Uma minoria de especialistas em Oriente Médio têm advogado a causa de uma solução de um estado, que minaria a legitimidade e o direito reconhecido internacionalmente de Israel existir, como o estado judaico soberano na terra de meus antepassados. Tendo testemunhado pessoalmente o admirável progresso realizado pela Autoridade Palestina em anos recentes, creio que uma solução de dois estados não é apenas a melhor solução para este conflito antigo, mas uma que está ao nosso alcance.

 A solução de um estado tem falhas intrínsecas suficientes para fazer com que não haja solução alguma. Partindo da perspectiva de Israel, não é possível ao povo judeu aceitar um acordo que signifique o fim da existência do estado judaico.  Da perspectiva palestina, eles não devem ter negada a oportunidade de tomar seu destino nacional em suas próprias mãos.

 Dissidentes da solução de dois estados discordam - não sem alguma razão-que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia são pequenas demais para absorver os refugiados palestinos.  Mas isto também seria o caso sob a fórmula de um estado, resultando em um estado de 24.000 quilômetros quadrados, e que já está transbordando com uma população de 10 milhões (5.5 milhões de judeus e 4.5 milhões de árabes). Enquanto cínicos poderiam questionar o tamanho da Cisjordânia e de Gaza, os otimistas não deveriam olhar além de Cingapura para ter a confiança restabelecida.

 A área da Cisjordânia e de Gaza é nove vezes do tamanho de Cingapura.  Entretanto a população combinada de palestinos nas duas regiões é menor que a de Cingapura.  Este país do Sudeste Asiático goza de um dos melhores padrões de vida do mundo.  Temos fé que os palestinos são capazes de obter o mesmo sucesso, e continuaremos a trabalhar sem descanso com nossos parceiros na mesa de negociações, para estabelecer um estado palestino autônomo, onde a população estabelecerá uma economia moderna, baseada na ciência, tecnologia e nos benefícios da paz.

 O estabelecimento de um país multinacional é um caminho tênue que não é um bom presságio para a paz, ao invés disso, reforça a perpetuação do conflito. O Líbano, tomado por carnificina e instabilidade, representa apenas um dos muitos exemplos de uma indesejável situação muito difícil.

 As dificuldades de uma solução de dois estados são numerosas, mas permanecem como sendo a única formula moral e realista para terminar o conflito Israel-palestina.  Os que não estão comprometidos com esta solução, argumentam que, após a criação de um estado palestino, a "cintura" de Israel ficaria muito estreita - umas seis milhas - para assegurar a segurança de seus cidadãos.

 Realmente, seis milhas seria muito estreito para garantir total segurança, o que apenas reforça nossa crença de que a segurança de Israel não está apenas relacionada com a defesa territorial, mas na paz. A paz providencia a amplitude das asas, mesmo quando a cintura for estreita.

 No mês passado, o líder líbio Muammar Gaddafi esboçou suas  sugestões para uma solução de um estado.  Apesar de discordar dessa fórmula, estou encorajado pela maneira com que ele elucida e constroi sua posição. 

 Principalmente, é saliente sua premissa fundamental e central de que: "O povo judeu quer e merece sua pátria".  A ressonância destas palavras é crucial, pois estas se opõem aos elementos islâmicos radicais que rejeitam o próprio direito do povo judeu de ter sua pátria na terra de seus antepassados e, com base nisto, advogam uma "jihad" assassina, cujo objetivo é destruir Israel.

O povo judeu deseja e merece viver em paz, em sua terra natal por direito e história.  O povo palestino deseja e merece sua própria pátria, suas próprias instituições políticas e seu direito à auto-determinação. É vital que esta causa esteja baseada no prospecto de coexistência entre judeus e árabes, que se traduz em cooperação em áreas como a economia, turismo, meio ambiente e defesa. A obtenção de tudo isto será possível apenas garantindo a cada povo seu estado e fronteiras, para permitir que seus cidadãos orem de acordo com sua fé, cultivem suas culturas, falem suas próprias línguas e guardem suas heranças.

 Vamos envidar nosso maior esforço para permitir que estes dois estados floresçam.  Talvez um dia, israelenses e palestinos escolherão, como na Europa, não permitir que as fronteiras inibam a coordenação econômica ou sirvam de razão para a guerra.

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