Integrante do Hamas tenta retornar a Gaza com mais de R$ 26 milhões
Um dos integrantes da comissão do grupo radical islâmico palestino Hamas que está no Egito há alguns dias negociando um cessar-fogo duradouro com Israel foi flagrado tentando voltar para a faixa de Gaza com uma grande quantia de dinheiro, nesta quinta-feira. De acordo com o governo egípcio, na bagagem de Ayman Taha foram achados US$ 9 milhões e 2 milhões de euros --o que equivale a mais de R$ 26 milhões.
O Egito apreendeu a quantia, e o Ministério de Finanças terá de decidir o destino dela. Não há informações precisas sobre Taha --se ele foi ou não autorizado a entrar em Gaza, ao lado de mais cinco integrantes do Hamas.
O Hamas ainda não comentou a apreensão.
Essa delegação do Hamas estava no Cairo havia alguns dias negociando com representantes do governo egípcio. O grupo decidiu deixar o Egito nesta quinta-feira, mesmo sem acordo, e retomar os diálogos neste sábado (7).
No passado, o Egito permitiu, em duas ocasiões, que o então ministro de Relações Exteriores palestino, Mahmoud el Zaha, do Hamas, cruzasse a fronteira com Gaza com US$ 20 milhões em dinheiro (mais de R$ 46 milhões). Na época, Zaha afirmou que precisava do dinheiro para pagar salários a outros integrantes do grupo, já que as sanções ocidentais tinham limitado as transferências bancárias.
Os bloqueios permanecem e, recentemente, até a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que é reconhecida pelo Ocidente, foi impedida de levar dinheiro a Gaza para pagar os funcionários.
Cessar-fogo
O Hamas quer que Israel e Egito reabram totalmente as fronteiras com Gaza para pessoas e produtos --como alimentos-- possam se movimentar livremente. Gaza está sob esse bloqueio desde junho de 2007, quando o Hamas tomou o poder na região.
O oficial do Hamas Mohammed Nasr, que participa das negociações, afirmou à agência de notícias Associated Press que Israel está tentando evitar a reabertura total das fronteiras de Gaza e que, por isso, não houve acordo.
No entanto, o porta-voz do Hamas Salah al Bardawil afirmou ao jornal egípcio "Al Ahram" que ambos os lados têm um acordo prévio por um cessar-fogo de 18 meses que inclui a abertura das fronteiras de Israel com a faixa de Gaza para passagem de 70% a 80% dos suprimentos necessários e o fechamento eventual da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Outra possibilidade aberta por Israel, de acordo com Fawri Barhum, porta-voz do Hamas em Gaza, foi a de condicionar a suspensão dos bloqueios ao território palestino à soltura de Gilad Shalit, soldado israelense que permanece cativo em Gaza desde junho de 2006. "A suspensão do bloqueio não pode estar condicionada ao caso de Shalit", defendeu o porta-voz.
O Hamas deverá responder oficialmente à última proposta israelense no sábado.
Os dois lados tentam chegar a uma trégua desde o fim da operação militar israelense que, em 22 dias de confrontos, deixou mais de 1.300 palestinos mortos e cerca de 5.000 feridos entre 27 de dezembro de 2008 e encerrados o último dia 18. Naquele dia, Israel e Hamas decretaram cessar-fogo unilaterais. Nos últimos dias, contudo, os milicianos e as tropas israelenses têm trocado ataques no território palestino.
Com Efe, Associated Press e Reuters
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Magal
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