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Tzipi Livni : "O governo de Israel não pertence aos generais"

Tzipi Livni : "O governo de Israel não pertence aos generais"

 

Chanceler diz ser a única pessoa capaz de formar governo de coalizão atraindo trabalhistas e Likud

 

Henrique Cymerman

 

NETANYA, Israel. "O Hamas atenta contra o processo de criação de dois Estados, um israelense e um palestino, e não é parte deste esforço. Pelo contrário, o boicota", afirma em entrevista exclusiva a ministra de Relações Exteriores e candidata à primeiraministra, nas eleições de 10 de fevereiro, Tzipi Livni, de 50 anos. "Eu dialogo com os setores pragmáticos palestinos para conseguir um acordo de paz. Mas, ao mesmo tempo, tenho que usar a força contra os radicais. O Hamas é uma organização terrorista." Os assessores da israelense, que pretende se tornar a segunda mulher a liderar o governo, manifestam sua preocupação pelo que definem como "um sentimento anti-israelense" que reina em alguns países e pela "falta de compreensão sobre o tipo de regime ditatorial que defendem os integrantes do Hamas".

 

Por isso, Livni decidiu romper o silêncio dos últimos dias com a imprensa estrangeira.

 

O GLOBO: Terça-feira foi o Dia Internacional do Holocausto e muitos acusam Israel de desferir uma ofensiva genocida contra a Faixa de Gaza.

 

TZIPI LIVNI: Qualquer tipo de comparação entre o Holocausto, a época mais horrorosa na História da Humanidade, e uma situação em que um Estado se vê obrigado a defender seus civis é inconcebível.

 

Diria aos que fazem essa comparação que nunca a fizessem. Nós tentamos evitar ataques terroristas contra nossos cidadãos. Os soldados israelenses estão lutando contra o terror. Lamentavelmente, os terroristas se escondem atrás dos civis, e não existe nenhuma comparação — nem estou disposta a aceitá-la — entre terroristas, que tentam convencer crianças a matar, e os soldados israelenses, que lutam contra o terrorismo. Lamentavelmente, por erro, às vezes civis morrem. Não posso evitar de sentir compaixão nesses casos. No entanto, gostaria que a comunidade internacional julgasse Israel de acordo com os mesmos valores que são manifestados em diferentes partes do mundo, na maioria do mundo livre. Não há lugar para a comparação entre um assassino e alguém que mata por engano. Os terroristas são assassinos, os soldados israelenses lutam contra o terror, embora algumas vezes, ao fazêlo, infelizmente produzam vítimas civis.

 

Seu ministério denuncia o aumento de ataques e de manifestações antissemitas em toda a Europa. Qual a sua opinião sobre isso?

 

LIVNI: Estou consciente de que em alguns países o antissemitismo cresce a cada dia, muito concretamente na Europa.

 

Mas este não é um problema israelense ou judeu, e sim um problema da comunidade e dos líderes dos países onde esse fenômeno ocorre. Eu creio que a comunidade internacional tem a responsabilidade de atuar segundo seus valores e frear essa perigosa onda.

 

Mas voltando a Gaza, mesmo em Israel há pessoas que propõem o diálogo com o Hamas...

 

LIVNI: Eles não estão dispostos a reconhecer Israel, e apoiam o uso da força e da resistência. É preciso entender: vivemos num aquário em que todo o mundo árabe nos olha. Por isso, toda essa história de dialogar com o Hamas é, na minha opinião, irrelevante.

 

Nestas eleições, seus rivais, o trabalhista Ehud Barak e o conservador Benjamin Netanyahu, são ex-oficiais do Exército que lutaram na unidade de elite "Sayeret Matkal". O Kadima teme que a ofensiva em Gaza tenha prejudicado a possibilidade de uma mulher vencer as eleições, porque, segundo dizem, a guerra é algo machista...

 

LIVNI: O governo não pertence aos generais. Penso que serei uma primeira-ministra diferente, e digo aos israelenses que em 10 de fevereiro eles têm a possibilidade de fazer História. Estive em Washington pouco antes da posse do presidente Barack Obama e vi como em cada canto havia cartazes, camisetas, pratos e chocolates com sua foto. Parece-me maravilhoso que todo um povo aguarde com tanto entusiasmo um líder que ganhou as eleições, apesar de caber-lhe uma época tão complicada.

 

Quando ele veio a Israel durante a campanha eleitoral, fomos juntos a Sderot, a cidade mais agredida pelos foguetes do Hamas, e constatei seu grande interesse por nossa realidade e, inclusive, por questões pessoais, de cada um. Quanto a Netanyahu e Barak, creio que sou a única que pode formar um governo de unidade que inclua ambos, já que o Kadima é de centro. Nós representamos a via do meio, que pode ser um denominador comum para aqueles que estão na centroesquerda ou na centro-direita.

 

Além disso, juntos, os três podemos impedir os partidos setoriais (leia-se os ortodoxos e ultra-ortodoxos) de aproveitarem seu peso eleitoral para obter mais benefícios para seus eleitores.



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Magal
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