Roteirista desprezava a indústria Hollywood
Do início da década de 1980 a criação mais comentada do dramaturgo. O longa-metragem A mulher do tenente francês foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado
Da Redação
Evan Agostini/AP - 2/10/07
Kenneth Branagh, Michael Caine e Jude Law na divulgação de Um jogo de vida ou morte: último filme
Kenneth Branagh, Michael Caine e Jude Law na divulgação de Um jogo de vida ou morte: último filme
Harold Pinter repudiava a indústria de cinema, achava Hollywood "uma merda", mas reconhecia que aquela fábrica de alienação produzia uma ou outra obra-prima. "Alguns filmes surpreendentes", diria. Nas últimas décadas, vinha se dedicando a adaptar roteiros. O último, Um jogo de vida ou morte (2007), era refilmagem de Trama diabólica, de Anthony Shaffer, de 2002, com Michael Caine (presente nas duas versões) e Jude Law, nos papéis de um romancista e um ator desempregado, respectivamente, cúmplices de um crime. Dirigido por Kenneth Branagh, o filme já foi lançado em DVD no Brasil. "O fato é que Hollywood foi sempre um maldito lugar extraordinário, sempre", completou Pinter.
É do início da década de 1980 a criação mais comentada do dramaturgo. O longa-metragem A mulher do tenente francês foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. Com Jeremy Iron e Meryl Streep no elenco, o filme foi inspirado no romance de John Fowles e insere-se num intrigante jogo de metalinguagem, quando atores de cinema interpretam a mesma história contada no passado. A Palma de Ouro em Cannes para O mensageiro (1970), de Joseph Losey, consagrou Pinter, que desenvolveu ainda, com o mesmo diretor, produções como O criado (1963) e Estranho acidente (1967).
O interesse pelo cinema nasceu quando ele ainda era menino, no bairro operário de Hackney, em Londres. Filho de alfaiate e de origem judia-portuguesa, ele transitou pela poesia, prosa e crítica, com vasto acervo publicado no site oficial (www.haroldpinter. org). O contato com o teatro veio aos 18 anos quando se matriculou na prestigiada Royal Academy of Dramatic Art. "Foi um privilégio viver com ele por mais de 33 anos. Ele nunca será esquecido", disse a mulher e escritora Antonia Fraser, pivô da separação do autor com a atriz Vivien Merchant, que estrelou muitas das 29 peças de Pinter. (Sérgio Maggio)
Dia de luto
Foram anunciadas ontem a morte do ator John Costelloe, 47, que interpretou o bombeiro gay Jim Witowski da cultuada série Os Sopranos, e do pianista de jazz e cantor Page Cavanaugh, 86. Costelloe participou de quatro episódios do seriado na temporada de 2006. O personagem virou ardoroso amante do mafioso Vito Spatafore (Joseph Gannascoli). Cavanaugh ficou famoso nas décadas de 1940 e 1950, quando participou da trilha sonora de filmes e do programa de rádio de Frank Sinatra. Formou trio que correu os Estados Unidos até a década de 1990, produzindo hits.
É do início da década de 1980 a criação mais comentada do dramaturgo. O longa-metragem A mulher do tenente francês foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. Com Jeremy Iron e Meryl Streep no elenco, o filme foi inspirado no romance de John Fowles e insere-se num intrigante jogo de metalinguagem, quando atores de cinema interpretam a mesma história contada no passado. A Palma de Ouro em Cannes para O mensageiro (1970), de Joseph Losey, consagrou Pinter, que desenvolveu ainda, com o mesmo diretor, produções como O criado (1963) e Estranho acidente (1967).
O interesse pelo cinema nasceu quando ele ainda era menino, no bairro operário de Hackney, em Londres. Filho de alfaiate e de origem judia-portuguesa, ele transitou pela poesia, prosa e crítica, com vasto acervo publicado no site oficial (www.haroldpinter. org). O contato com o teatro veio aos 18 anos quando se matriculou na prestigiada Royal Academy of Dramatic Art. "Foi um privilégio viver com ele por mais de 33 anos. Ele nunca será esquecido", disse a mulher e escritora Antonia Fraser, pivô da separação do autor com a atriz Vivien Merchant, que estrelou muitas das 29 peças de Pinter. (Sérgio Maggio)
Dia de luto
Foram anunciadas ontem a morte do ator John Costelloe, 47, que interpretou o bombeiro gay Jim Witowski da cultuada série Os Sopranos, e do pianista de jazz e cantor Page Cavanaugh, 86. Costelloe participou de quatro episódios do seriado na temporada de 2006. O personagem virou ardoroso amante do mafioso Vito Spatafore (Joseph Gannascoli). Cavanaugh ficou famoso nas décadas de 1940 e 1950, quando participou da trilha sonora de filmes e do programa de rádio de Frank Sinatra. Formou trio que correu os Estados Unidos até a década de 1990, produzindo hits.
