Trata-se da mais grave ofensiva israelense contra grupos radicais palestinos instalados em Gaza dos últimos anos.
Thaer Al-Hasani/AP
Palestino integrante do Hamas pede ajuda depois de ataques de Israel

De acordo com Israel, a operação é uma resposta aos supostamente freqüentes ataques de foguetes e morteiros feitos pelo grupo radical islâmico Hamas contra aquele Estado desde o fim, no último dia 19, de uma trégua de seis meses entre ambas as partes. Naquela ocasião, o Hamas se recusou a renovar a trégua com Israel devido à manutenção do bloqueio a Gaza.
O primeiro bombardeio ocorreu no fim da manhã deste sábado. Em poucos minutos, cerca de 60 aviões de guerra israelenses bombardearam 50 alvos supostamente ligados à estrutura do Hamas na região. Entre esses alvos estariam 30 prédios onde havia, por exemplo, campos de treinamento, instalações e departamentos da polícia do Hamas, segundo a Defesa de Israel.
No fim da noite de sábado, Israel realizou novos ataques aéreos, elevando o número de mortos. Em um desses ataques tardios, uma mesquita que fica perto de um hospital foi atingida. Dois homens morreram no local. Os militares israelenses, conforme a agência Associated Press, disseram que a mesquita era usada para "fins terroristas".
Outro alvo atingido na madrugada deste sábado para domingo (28) foi a estação de TV Al Aqsa, que é usada pelo Hamas. Embora a sede da TV tenha sido destruída, o canal ainda está no ar, graças a uma unidade móvel de transmissão.
Thaer Al-Hasani/AP
Palestinos vasculham escombros de um dos prédios destruídos nos bombardeios aéreos realizados por Israel

Novos ataques
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou a jornalistas que a operação de Israel em Gaza "não será fácil nem será breve". "Há um momento para calma e um para luta, e chegou a hora de lutar."
Essa idéia de que novos ataques continuarão ocorrendo foi corroborada pelo premiê israelense, Ehud Olmert, que afirmou, também neste sábado, que o Exército poderá agir "pelo tempo que for necessário". "Israel fez tudo o que estava em sua mão para manter o cessar-fogo com o Hamas, mas nosso desejo de calma foi respondido com terrorismo."
Durante o dia, após os primeiros bombardeios, o Hamas disparou cerca de 70 foguetes em direção ao sul de Israel, conforme os israelenses. O comando do Hamas disse que não se renderá aos ataques israelenses na faixa de Gaza e já ameaçou realizar ataques suicidas a bomba em cafés e ruas de Israel.
O líder máximo do grupo, Khaled Mashaal, de Damasco, convocou os seguidores a uma terceira Intifada contra Israel. "Nós não sairemos da nossa terra, nós não levantaremos bandeiras brancas e nós não nos ajoelharemos, exceto diante de Deus", disse.
O Egito, que mediou a trégua encerrada no último dia 19, abriu neste sábado a passagem de Rafah, fronteira com a faixa de Gaza, para permitir a entrada de ajuda humanitária e ainda a retirada de feridos. Não há informações sobre prazos.