Um em cada cinco homens espanhóis e portugueses é de descendência judia, revela um novo estudo genético. A pesquisa publicada na última quinta-feira no Jornal Americano da Genética Humana (American Journal of Human Genetics) analisou o cromossomo Y de 1.140 homens da Península Ibérica e das Ilhas Baleares e verificou "uma alta proporção estatística de linhagem de ancestrais norte - africanos (10.6%) e de judeus sefaraditas (19.8%). Estes resultados são uma indicação das conversões religiosas em massa naquelas regiões, ao final do século XV, e da expulsão dos judeus da Espanha.
Judeus torturados pela Inquisição Espanhola
De acordo com os pesquisadores, apesar de possíveis fontes alternativas para as linhagens atribuídas aos judeus de origem sefaradita, estas proporções comprovam o alto número de conversões religiosas (voluntárias ou impostas) ocasionadas por episódios históricos de intolerância social e religiosa, que em conseqüência ocasionaram a integração dos seus descendentes. Por toda a Idade Média, a comunidade judaica da Espanha prosperou sob o domínio muçulmano, e este período tornou-se conhecido como a 'época de ouro' da cultura judaica na Península Ibérica.
Os reis católicos assinam o decreto de expulsão dos judeus da Espanha
Com a conquista da Espanha e de Portugal pelos monarcas católicos Ferdinando e Isabel, os judeus tornaram-se o alvo da violência e da opressão, e logo após foram forçados a se converter ao cristianismo ou sair da Espanha. Os judeus que se converteram ao cristianismo foram chamados de "Anusim" (que em hebraico significa "forçados"), e muitos continuaram a observar em segredo as práticas da religião judaica. O novo estudo revela que o número dos "Anusim" era muito maior que os historiadores acreditavam até hoje.