Entrevista com assassino de Itzhak Rabin gera revolta em Israel

Entrevista com assassino de Itzhak Rabin gera revolta em Israel

magal53
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Barack Obama e John McCain

 

Duas entrevistas realizadas com o assassino do ex-primeiro-ministro Itzhak Rabin geraram uma grande onda de indignaĆ§Ć£o e protestos em Israel.

Igal Amir, extremista da direita israelense, cumpre pena de prisĆ£o perpĆ©tua por ter matado a tiros, em 4 de novembro de 1995, o entĆ£o primeiro-ministro do paĆ­s.

Dois canais de TV gravaram entrevistas com Amir, que falou com os jornalistas por telefone pĆŗblico da prisĆ£o onde se encontra.

Os canais 2 e 10 anunciaram que as entrevistas com o assassino iriam ao ar na noite desta sexta-feira, porĆ©m depois de uma onda de protestos, o canal 2 resolveu cancelar a transmissĆ£o.

Itzhak Rabin foi o premiĆŖ israelense que assinou o Acordo de Paz de Oslo, em setembro de 1993, com o lĆ­der palestino Yasser Arafat, em Washington.

Rabin foi baleado quando deixava o local em que tinha sido realizada, em Tel Aviv, uma grande manifestaĆ§Ć£o de apoio aos acordos de Oslo.

PressĆ£o

VƔrios lƭderes polƭticos continuam exercendo fortes pressƵes sobre o canal 10 para que tambƩm suspenda a entrevista com Amir.

O jornalista Raviv Druker, do canal 10, afirmou que a decisĆ£o de realizar a entrevista com o assassino foi "difĆ­cil".

"Mas consideramos importante que o pĆŗblico saiba quais foram as motivaƧƵes de Amir e quem o ajudou a cometer o assassinato", afirmou Druker.

LĆ­deres polĆ­ticos da maioria dos partidos condenaram a decisĆ£o do canal, que decidiu romper o boicote decretado pela mĆ­dia israelense ao assassino.

O ministro da Defesa e lĆ­der do partido trabalhista, Ehud Barak, declarou que "Igal Amir deve apodrecer na prisĆ£o atĆ© o Ćŗltimo de seus dias e nĆ£o se pode, de maneira nenhuma, permitir que ele participe do diĆ”logo pĆŗblico".

O lĆ­der do partido nacional-religioso Mafdal, Zvulun Orlev, afirmou que as entrevistas "quebram o isolamento que deve ser imposto ao assassino, seu castigo deve ser nĆ£o sĆ³ a negaĆ§Ć£o da liberdade de movimento como tambĆ©m o isolamento da sociedade".

Dov Lautman, um dos industriais mais importantes de Israel, pediu a empresĆ”rios que cancelem anĆŗncios planejados para o horĆ”rio do noticiĆ”rio no canal 10.

"O assassino de Rabin deve sumir do mapa de nossa sociedade e nĆ£o receber um microfone para falar em publico", disse Lautman.

HerĆ³i

VĆ”rios israelenses, porĆ©m, principalmente de extrema-direita, vĆŖem o assassino de Rabin como um herĆ³i. Muitos se opunham ao plano de Oslo e acreditam que a aĆ§Ć£o de Amir teria prejudicado gravemente o processo de paz em andamento.

Em novembro do ano passado, antes de uma partida de futebol em Haifa, milhares de pessoas em um estĆ”dio vaiaram durante o minuto de silĆŖncio prestado em homenagem ao aniversĆ”rio da morte do ex-premiĆŖ israelense e chegaram a gritar o nome de Igal Amir.

A cena causou um choque profundo em Israel, pela grande quantidade de pessoas, que, em pĆŗblico, demonstravam aprovaĆ§Ć£o ao assassinato.

A AssociaĆ§Ć£o Israelense de Futebol acabou punindo o time Beitar de JerusalĆ©m pelo comportamento de seus torcedores.

Depoimento

As TVs chegaram a divulgar trechos da entrevista com Amir para promover sua transmissĆ£o.

Nesses, Igal Amir contou que foi influenciado pelos "maiores especialistas em seguranƧa do paƭs" a cometer o assassinato.

"(Ariel) Sharon e Raful (o ex-chefe do Estado Maior, Rafael Eitan) disseram que esse acordo (o acordo de Oslo) levaria a uma tragƩdia", disse Amir.

Amir afirmou que queria parar o processo de paz e teve dĆŗvidas se, para conseguir seu objetivo, seria mais eficaz assassinar o entĆ£o ministro das RelaƧƵes Exteriores e atual presidente de Israel, Shimon Peres, ou o prĆ³prio primeiro-ministro Itzhak Rabin.

Finalmente decidiu assassinar Rabin pois "era claro que sem ele, eles nĆ£o poderiam fazĆŖ-lo (continuar o processo de paz)".

"Rabin tinha legitimidade para fazer tudo e entregar tudo (os territĆ³rios ocupados), e depois que Rabin se foi, Peres nĆ£o pĆ“de fazer nada", disse ele aos jornalistas.

Amir tambĆ©m disse que resolveu cometer o assassinato depois que descobriu como era "fĆ”cil" e contou que em algumas oportunidades anteriores esteve perto de Rabin e poderia tĆŖ-lo matado "sem problema nenhum".

Os ServiƧos PenitenciĆ”rios anunciaram que Amir vai ser punido por ter dado entrevistas sem receber a permissĆ£o das autoridades.

Ele deverĆ” perder o direito a visitas de familiares, nĆ£o poderĆ” usar o telefone e serĆ” transferido para outra prisĆ£o, no sul do paĆ­s.
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Magal
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