À frente do Kadima, Livni terá que provar resistência política
Próxima de suceder o premiê Olmert, ela enfrenta o desafio de formar nova coalizão governista em Israel
Se ela falhar em conseguir acordos de parcerias políticas e uma maioria parlamentar, poderá ocorrer uma nova eleição. De acordo com pesquisas recentes, esse pleito pode ser vencido pelo direitista Benjamin Netanyahu, do partido Likud.
Como chanceler, Livni, de 50 anos, liderou o diálogo para a paz com os palestinos apoiado pelos Estados Unidos - que até agora falhou em atingir um acordo até o final do ano. Ela entrou para a política há uma década, após passar um período no serviço de inteligência Mossad enquanto estudava em Paris.
Apelidada de "Senhora Limpa" por um colunista israelense, muitos esperam que seu possível mandato como premiê seja uma antítese do governo do atual primeiro-ministro, Ehud Olmert, político veterano que está sendo investigado por um escândalo de corrupção que agora o obriga a renunciar.
Já outros israelenses descrevem Livni como um produto de uma máquina política patrocinada por associados de seu marido empresário, e questionam se ela será capaz de trazer alguma mudança ao país.
Desavenças com Olmert
A primeira desavença pública de Livni com Olmert apareceu há mais de um ano, quando ela pediu a renúncia do premiê após uma comissão criticar sua gestão durante a guerra contra o Hezbollah, em 2006.
Ele se negou a deixar o cargo e ela também permaneceu no governo, sentada ao seu lado no gabinete. Quando os escândalos de corrupção do premiê se aprofundaram nos últimos meses, ela insistiu em uma mensagem de "valores e normas" que poderiam sustentar a política israelense e se engajou na disputa com Shaul Mofaz, ministro de Transportes, pela liderança do Kadima.
Pedigree
Seu pai, Eitan, liderou um combate armado na década de 1940 que buscava o controle judeu de toda a Palestina, que ia contra a partilha que o então território britânico tinha estabelecido com os árabes.
Apesar de seu pedigree, muitos israelenses questionam se ela estaria pronta para enfrentar os muitos desafios de segurança de Israel. "Ela terá que provar que não é delicada, mas pode liderar a nação em tempos de guerra sem parecer ser um boneco do ministro da Defesa Ehud Barak", afirmou Aluf Benn, comentarista do jornal israelense Haaretz.
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Magal
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