Israel isola territórios palestinos durante feriado judeu
Exército fecha fronteiras em alerta de atentados; governo aprova ampliação de assentamentos na Cisjordânia
Os militares justificam a medida afirmando que o período é muito sensível pela ameaça de ataques e pela elevação da segurança. Nesta semana, uma nova onda de violência foi gerada pelos confrontos entre militantes do Hamas e o Exército israelense. Nesta sexta, tropas israelense mataram um militante durante uma incursão na cidade de Nablus, na Cisjordânia. Segundo as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa (braço armado do Fatah), um militante da Jihad Islâmica foi seriamente ferido.
O Exército confirmou a morte do militante na operação em Nablus, afirmando que ele disparou contra as tropas de um telhado quando os soldados cercaram a casa em que ele estava. A vítima é Hani Al-Kabi, líder da Brigada no campo de refugiados de Balata. Ele fugiu com dezenas de militantes de uma prisão palestina há três meses. Kabi era procurado por muitos ataques, incluindo uma tentativa de envenenar um restaurante e por ferir dois soldados, segundo afirma o Exército.
Expansão de assentamentos
O Ministério da Habitação de Israel anunciou nesta sexta a construção de 100 casas nos assentamentos judaicos de Ariel e Elkana, no território ocupado da Cisjordânia. "A edificação de 52 unidades de moradia em Elkana tem como objetivo substituir casas velhas que foram construídas no início do assentamento, e as 48 de Ariel foram aprovadas há meses e serão construídas em um bairro que já existe", declarou o ministro da Habitação, Ze'ev Boim, segundo a versão digital do diário Yediot Aharanot.
A organização pacifista israelense Peace Now assegurou que com esta medida "Israel está destruindo a oportunidade de alcançar um acordo com os palestinos e está transformando a cúpula de paz de Annapolis em uma piada irrelevante". Boim contestou estas acusações assegurando que "o Governo atual nunca prometeu parar de construir dentro dos (três grandes) blocos" de assentamentos, entre eles Ariel, situado no centro da Cisjordânia e com uma população de cerca de 20.000 colonos. "Esta construção tem como objetivo enfrentar a demanda interna de crescimento natural", acrescentou.
O Conselho de Assentamentos (Yesha) pediu que o governo aprove a construção de mil novas casas e não de apenas 100, já que entende que a "crise de imóveis nas comunidades em Judéia e Samaria" (nomes bíblicos para a Cisjordânia) estão obrigando as novas gerações a viver em outros lugares.
O Mapa de Caminho, o documento de 2003 que guia as atuais conversas de paz entre israelenses e palestinos lançadas em Annapolis em novembro, obriga Israel a interromper a expansão de assentamentos, o que o Executivo de Ehud Olmert descumpriu com a aprovação de várias ampliações nos últimos meses. Segundo o governo de Israel, seu compromisso se limita a não ampliar as colônias e não criar novos assentamentos.
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Magal
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