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MILHO BOM – PARASHÁ SHEMOT 5768 (28 de Dezembro de 2007)
Esta é a história de um fazendeiro que sempre vencia o prêmio
"milho-crescido". Todo ano ele entrava com seu milho no concurso e
ganhava o maior prêmio.Uma vez um repórter de jornal o entrevistou e
perguntou como ele cultivava o milho para sempre ser o vencedor. O
fazendeiro contou que o segredo era compartilhar a semente do milho
bom com seus vizinhos. Mas o repórter não entendeu, e perguntou:
- Como pode você se dispor a compartilhar sua melhor semente de milho
com seus vizinhos, quando eles estão competindo com o seu todo ano?
- Vou te explicar - disse o fazendeiro - O vento apanha o pólen do
milho maduro e o leva de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam
milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do
meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meus
vizinhos a também cultivar milho bom.
Ele era atento às conectividades da vida. Ele sabia que o milho dele
não poderia melhorar a menos que o milho do vizinho também melhorasse.
Assim acontece também em outras dimensões. Aqueles que querem estar em
paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que
querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. E
aqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a achar a
felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de
todos.
A lição que fica para cada um de nós: se queremos cultivar milho bom,
nós temos que ajudar nossos vizinhos a também cultivar milho bom.
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Nesta semana começamos o segundo livro da Torá, Shemot, que descreve a
escravidão do povo judeu no Egito e a redenção milagrosa de D'us, com
as 10 pragas e a abertura do mar Vermelho, sob o comando de Moshé
Rabeinu. E a Parashá desta semana, Shemot, descreve a característica
que fez de Moshé ser um líder tão grande: a preocupação com próximo.
Mesmo tendo sido criado na casa do Faraó, com todo o conforto e
abundância, ele não esqueceu seus irmãos e o sofrimento deles, e
constantemente saía para ver como estavam.
Em uma destas vezes, Moshé viu um egípcio golpeando um escravo judeu,
tentando matá-lo. Imediatamente Moshé salvou o judeu, matando o
egípcio e escondendo o corpo na areia. Logo em seguida a Torá relata
um incidente no qual Moshé viu dois judeus brigando, e quando um
levantou a mão para bater no outro, Moshé interveio e gritou "Rashá"
(Malvado). Um dos homens, indignado com a intervenção, perguntou para
Moshé "Quem te colocou por um homem, juiz e ministro sobre nós? Você
me matará, como matou ao egípcio?" (Shemot 2:14). A Torá descreve que
Moshé teve medo e falou "Certamente foi conhecido o assunto". A Torá
continua e diz que o Faraó, ao saber que Moshé havia matado um
egípcio, se enfureceu e tentou matá-lo, mas D'us salvou Moshé com um
milagre e ele fugiu para Midian, onde ficou muitos anos, até que D'us
se revelou para ele em um arbusto ardente e o escolheu como o salvador
do povo judeu.
Mas há algo estranho no relato sobre a briga dos dois judeus e a
discussão deles com Moshé. Quando Moshé matou o egípcio, ele se
certificou que ninguém estava olhando. Então como mais alguém sabia?
Além disso, do que Moshé ficou com medo? Aparentemente ele teve medo
que o Faraó escutaria que ele havia matado o egípcio e tentaria se
vingar, como realmente aconteceu. Então o que significa "Certamente
foi conhecido o assunto"? Deveria estar escrito "Certamente será
conhecido o assunto". A própria Torá descreve que somente depois disso
o Faraó ficou sabendo. Então que medo era esse, e o que ficou
conhecido?
Explicam nossos sábios que na verdade Moshé não temia o Faraó, e o
assunto que ficou conhecido não era sobre a morte do egípcio. Por
muitos anos Moshé vinha se questionando o porquê D'us havia castigado
o povo judeu de forma tão dura. O que havia de diferente no povo
judeu, que fazia com que eles merecessem aquele sofrimento, e não
algum outro povo? No momento que ele veio intervir na briga, um dos
judeus que estava brigando era justamente o judeu que ele havia
salvado no dia anterior. Ao invés de agradecimentos, o judeu ameaçou
delatar Moshé ao Faraó, e realmente o fez. Neste momento Moshé
entendeu tudo: havia Lashon Hará (mal uso do poder da fala) e
delatores dentro do povo judeu, e certamente este havia sido o motivo
pelo qual eles haviam sido escravizados. E por isso ele temeu, pois
entendeu que esse também era o motivo pela qual a redenção não chegava
e o castigo se tornava cada vez mais pesado.
É interessante notar que Moshé chamou um dos homens de Rashá apenas
por ter levantado a mão ao seu companheiro, sem nem mesmo bater nele.
Por que? Pois alguém só levanta a mão contra seu companheiro se aos
seus olhos o outro não tem nenhum valor. Uma pessoa só pode golpear
outra se no seu coração falta o mínimo de preocupação com o próximo. E
esse é exatamente o mesmo motivo que leva as pessoas a fazer Lashon
Hará de seu companheiro, pois quando nos preocupamos com o próximo,
certamente não falamos mal dele.
A escravidão no Egito foi a maneira que D'us utilizou para moldar o
povo judeu, e Moshé entendeu que enquanto ainda houvesse Lashon Hará e
desunião dentro do povo, não poderia haver redenção. E da mesma forma
que Moshé entendeu que o exílio e os sofrimentos se prolongavam por
causa do Lashon Hará, nossos sábios ensinam que também o nosso exílio
e o nosso sofrimento se prolongam por causa de nossa desunião e do
nosso Lashon Hará. Somente quando cada um realmente se preocupar com
seu próximo, e de verdade querer o bem de todos, haverá menos Lashon
Hará e os dias da nossa redenção finalmente chegarão.
SHABAT SHALOM
Rav. Efraim Birbojm
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(Fanny) bat Chava, Chana bat Rachel, Carol bat Chana, Nechama bat Sara
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querido e saudoso avô, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L, que lutou
toda sua vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na
comunidade judaica de Santos. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Magal
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