Dezenas de policiais fizeram uma grade operação ontem, em mais de 20 edifícios do governo israelense e escritórios privados, à procura de provas em uma série de investigações criminais sobre o primeiro-ministro Ehud Olmert. A grande operação policial enfraquece Olmert, às vésperas de uma conferência de paz para o Oriente Médio patrocinada pelos Estados Unidos.
A operação policial, deslanchada na manhã de ontem, ocorre ao mesmo momento em que a popularidade de Olmert, que desabou no ano passado em seguida à guerra contra o grupo Hezbollah no Líbano, está em recuperação. A operação policial vasculhou mais de 20 edifícios, incluídos os ministérios da Indústria e do Comércio de Israel, os Correios e a Prefeitura de Jerusalém, informou o porta-voz da polícia, Mickey Rosenfeld.
"Os investigadores da polícia fizeram as buscas em escritórios do governo e de empresas privadas, em conexão com três investigações criminais em curso," sobre Olmert, informou Rosenfeld. Policiais foram vistos saindo dos prédios com caixas cheias de documentos e papéis, carregadas em veículos e transportadas à chefatura. É uma cena que se repete alguns anos após a polícia ter investigado o ex-premiê Benjamin Netanyahu, que governou entre 1996 e 1999.
Netanyahu foi investigado por abuso de poder e por ter, supostamente, aceitado presentes de grupos empresariais. Seu sucessor, Ehud Barak, foi investigado por financiamento ilegal de campanha eleitoral, entre 1999 e 2001. Ariel Sharon, que comandou Israel de 2001 até ter-se tornado incapaz por um derrame cerebral em 2006, também sofreu várias investigações policiais, por financiamento ilegal de campanha eleitoral e irregularidades no mercado imobiliário.
Sem acusação
Nenhum dos ex-premiês foi acusado pela Justiça de Israel. Barak é hoje ministro da Defesa, e Netanyahu lidera o Partido Likud, da linha-dura de direita, na oposição. O escritório de Olmert informou ontem que não comentará a operação policial. O indiciamento criminal de Olmert, em qualquer uma das três investigações, seria um golpe na conferência de paz entre Israel e palestinos que os EUA marcaram para o final deste mês.
Embora Olmert não seja forçado a renunciar se for indiciado, ele ficaria seriamente enfraquecido e seria forte a pressão da opinião pública para que renunciasse. Na primeira investigação, Olmert é suspeito de comprar uma mansão em Jerusalém com um generoso desconto concedido por um empreiteiro, que conseguiu do governo, na mesma época, a permissão para construir condomínios nas vizinhanças da cidade santa.
Na segunda investigação, Olmert é suspeito de ter agido de maneira imprópria quando foi ministro da Indústria e Comércio, no início da década atual. Na terceira investigação, Olmert é suspeito de tentar - sem sucesso - vender uma divisão do segundo maior banco estatal de Israel a dois sócios, quando ele era ministro de Finanças do país, em 2005. Rosenfeld disse que a polícia deverá confiscar documentos, mas não deu mais detalhes.
Na sua carreira política de três décadas, Olmert foi acusado de corrupção várias vezes, mas nunca nada foi provado contra ele na Justiça.
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Magal
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