O Hamas engasgado com a vitĆ³ria
NinguĆ©m diz, mas Ć© a verdade. O Hamas, Movimento IslĆ¢mico de ResistĆŖncia ganhou uma vitĆ³ria que nĆ£o desejava. O povo de Gaza espera que,agora, o Movimento IslĆ¢mico de ResistĆŖncia cumpra as promessas eleitorais feitas. Mas nĆ£o.
O Hamas nĆ£o tem experiĆŖncia alguma de administrar, nĆ£o tem os recursos econĆ“micos e financeiros. As entidades, como a OrganizaĆ§Ć£o das NaƧƵes Unidas e ONGs, que asseguravam a precĆ”ria alimentaĆ§Ć£o dos palestinos de Gaza desde 1948, estĆ£o incapacitadas de fazĆŖ-lo.
A Faixa de Gaza virou verdadeira prisĆ£o. Os egĆpcios e israelenses, os paises fronteiriƧos, fecharam as passagens. O mar Ć© vigiado pelas marinhas de Israel e Egito. O Hamas nĆ£o tem apoio da Liga Ćrabe.
O Fatah Ć© expressĆ£o da OrganizaĆ§Ć£o de LibertaĆ§Ć£o da Palestina, internacionalmente reconhecido como o legĆtimo representante do povo palestino diante do mundo. O Hamas estĆ” sob sanƧƵes da Comunidade Internacional desde que ganhou eleiƧƵes com um programa, que rejeita mudar e inclui recusar reconhecer o direito de existir ao estado judeu . No entendimento dos paises Ć”rabes, e internacional, o Hamas tomou o poder em Gaza numa golpe de estado, ilegalmente.
SĆ³ o dramĆ”tico vai para as notĆcias. A guerra civil. As mortes. As conseqĆ¼ĆŖncias ainda nĆ£o se fizeram sentir.O Hamas e o povo ainda estĆ£o embriagados pela euforia da vitĆ³ria. TrĆŖmula a bandeira verde dos islamitas, Mas sĆ£o cerca de milhĆ£o e meio de palestinos que breve se ressentirĆ£o da dolorosa carĆŖncia de alimentaĆ§Ć£o, remĆ©dios. Haniyeh, o lĆder do Hamas em Gaza, jĆ” ofereceu anistia a todos os prisioneiros do Fatah e propĆ“s retomar conversaƧƵes com Abu Mazen, o presidente eleito, lĆder do Fatah, que recebe os apoios negados ao Hamas.
Mas, ao mesmo tempo, condenou sua destituiĆ§Ć£o como ilegal pois nĆ£o foi considerada pelo Conselho Legislativo, o Parlamento, onde tem a maioria e jamais seria aprovada.
O Hamas islamita e o Fatah secular sĆ£o como Ć”gua e Ć³leo, tem visƵes polĆticas e sociais incompatĆveis. O Hamas quer um estado orientado pelas leis e os doutores (imĆ£s ) do Shaaria, as leis do IslĆ£. O Fatah prefere as leis que regem os estados onde polĆtica e religiĆ£o sĆ£o separados, em termos, como Roma e o Vaticano.
Hoje existem de fato dois estados palestinos onde havia um sĆ³. Agora sĆ£o Gaza do Hamas e CisjordĆ¢nia de Abu Mazen. E de fato nĆ£o se pode ignorar que Haniyeh virou chefe de governo em eleiƧƵes das quais o Hamas saiu vencedor. EleiƧƵes sĆ£o apenas um aspecto do que Ć© um regime democrĆ”tico. As ditaduras sempre realizam eleiƧƵes como os casos recentes da SĆria e Egito. Mas as palestinas foram livres e limpas, o que as distingue daquelas dos demais paĆses Ć”rabes, porĆ©m houve a ilegalidade da tomada do poder em Gaza.
Abu Mazen, o presidente palestino decretou estado de emergĆŖncia, o que faz parte dos poderes constitucionais da presidĆŖncia. E designou novo chefe de governo um economista sem vĆnculos partidĆ”rios, um tecnocrata, que, por lei, sĆ³ pode permanecer na funĆ§Ć£o por trinta dias ao fim dos quais o Parlamento tem de decidir se o homologa ou rejeita.
O Presidente, porĆ©m, poderĆ” evitar a aĆ§Ć£o do Parlamento nomeando outro em trinta dias atĆ© serem realizadas novas eleiƧƵes parlamentares que poderĆ£o se limitar Ć CisjordĆ¢nia onde prevalece a influencia do Fatah, entĆ£o, seria a formalizaĆ§Ć£o da divisĆ£o em dois paĆses palestinos. Gaza sempre foi um problema que paĆs Ć”rabe algum se interessou em assumir. Mas serĆ” possĆvel Abu Mazen esquecer Gaza de milhĆ£o e meio de palestinos com parentes atĆ© entre o mais de milhĆ£o de Ć”rabes israelenses?
Ainda nĆ£o se pode prever nada com seguranƧa. O que se pode confirmar Ć© que os paĆses Ć”rabes do Oriente mĆ©dio nĆ£o desejam um estado islĆ¢mico, o que nĆ£o esconderam no apoio da Liga Arabe a Abu Mazen .
Hamas
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