Alemanha terá mostra sobre escravidaão sexual durante o nazismo
quinta-feira, janeiro 11, 2007
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da France Presse, em Berlim
Uma exposição sobre escravidão sexual durante a época nazista será
inaugurada no próximo domingo no antigo campo de concentração alemão
para mulheres Ravensbrueck. A Fundação Memorial de Brandenburgo, que
opera museus em antigos campos de concentração, informou em um
comunicado publicado nesta quinta-feira que o sistema de prostituição
forçada nos campos era um "fenômeno pouco conhecido".
"As prisioneiras que eram forçadas a realizar serviços sexuais se
calaram depois de 1945 sobre suas experiências, bem como sobre os
usuários dos bordéis: homens, sobretudo alemães, prisioneiros que
tinham permissão das SS (tropas de elite nazistas) para visitá-las
segundo um sistema de recompensas", acrescentou a fundação.
A mostra "Serviços Sexuais Forçados em Campos de Concentração
Nazistas" cobre um sistema que existiu em 10 campos entre 1942 e 1945.
A maioria das mulheres envolvidas era de prisioneiras de Ravensbrueck,
cerca de 100 km ao norte de Berlim. Prisioneiros do sexo masculino
recebiam permissão para visitar as escravas sexuais com o objetivo de
melhorar sua produtividade nas fábricas de armas nazistas durante a
Segunda Guerra Mundial.
A fundação informou ainda que encorajar o sexo com mulheres também era
visto como uma forma de conter o homossexualismo, que os nazistas
temiam que fosse explodir entre os prisioneiros homens. As mulheres
mantidas nos bordéis freqüentemente sofriam permanente trauma
psicológico e muitas não se candidataram a indenizações depois de sua
libertação, em 1945, por causa da vergonha que sentiam. A prostituição
forçada em campos de concentração já foi tema de uma exposição,
realizada em 2005, em Viena.
A nova mostra em Ravensbrueck, que ficará aberta até 30 de setembro,
inclui entrevistas filmadas com sobreviventes, bem como fotos e
documentos. Cerca de 132 mil mulheres e crianças, 20 mil homens e mil
adolescentes do sexo feminino de 40 países foram mantidos em
Ravensbrueck e no campo de concentração juvenil Uckermark entre 1939 e
1945. Estima-se que 40 mil prisioneiros tenham sido assassinados ou
mortos por doenças e mau tratos durante este período.