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Os Lemba



Os Lemba
Lemba - Coisas Judaicas
Os Lemba, povo da África do Sul, consideram-se, originários da Judéia, de onde teriam migraram conduzidos por um líder chamado Buba. Suas tradições incluem a prática da circuncisão, guardar o sábado como dia santo e rejeitar a carne de porcos e outros animais,
como o hipopótamo. Muitas comunidades, em todo o mundo, declaram-se descendentes das tribos de Israel mesmo sem ter qualquer conexão ancestral com os judeus. Não é o caso dos Lemba: a tradição popular está certa.

Uma equipe de geneticistas descobriu que muitos homens entre os Lemba têm um conjunto de seqüências de DNA característica dos "cohanim", os sacerdotes judeus descendentes de Aarão, irmão de Móises e seu sucessor no patriarcado do povo que chegou a Canaã, Palestina. A "assinatura genética" destes sacerdotes é particularmente comum entre os Lemba pertencentes a doze famílias conhecidas como "Buba Clã". A revelação da ancestralidade israelita dos Lemba resultou do encontro de diferentes linhas de investigação.

Nos Estados Unidos, Israel e Inglaterra, os geneticistas concluíam como verdadeira a tradição judaica de que os sacerdotes são descendentes de Aarão. Por outro lado, em Londres, o diretor do Centro de Estudos Judaicos da Escola de Estudos Afro-Orientais,
Tudor Parfitt, que vinha trabalhando com os Lembas há dez anos, acreditava ter descoberto "Senna", misteriosa cidade de onde os Lembas teriam saído. Parfitt, empenhou-se em refazer os passos daquele povo de Senna até a África, uma peregrinação que aconteceu
há milhares de anos atrás.

Os Lemba
Lemba- Coisas Judaicas
Enquanto aqueles cientistas desenvolviam suas pesquisas, um especialista em urologia do Instituto Israelita de Tecnologia, Dr. Karl Skorecki, sentado em uma sinagoga em Toronto, ouvia uma leitura da Torah que falava da tradição do sacerdócio entre os descendentes
de Aarão. O tema chamou a atenção do médico; Skorecki ficou interessado e procurou o Dr. Michael F. Hammer, da Universidade do Arizona, um expert que estuda a genética das populações através do cromossomo masculino, o "cromossomo Y".

Diferente de outros cromossomos, o "Y" não se descaracteriza a cada geração; ele se mantém invariável em toda uma linhagem de indivíduos ao longo de séculos. Estes cromossomos são transmitidos de pai para filho, e sua estrutura é quase invariável sofrendo pouquíssimas mutações. O estudo das mutações é particularmente útil na reconstrução da história das populações porque cada linhagem de homens possui seu próprio padrão distintivo de mutação.Foi um estudo do cromossomo "Y", em 1998, que confirmou, por exemplo, a tradição, transmitida oralmente de que o terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, é ancestral dos descendentes da escrava Sally Hemings.

Hammer, (o especialista em cromossomo "Y"), Storecki, (o pesquisador urologista) e sua equipe, divulgaram, em 1997 uma análise do cromossomo "Y" de sacerdotes e leigos judeus - os sacerdotes judeus são uma classe ou casta diferente dos "Rabis" (Rabinos) e dos
descendentes da tribo do Levitas. Os pesquisadores encontraram um padrão específico de DNA predominante entre os aqueles sacerdotes e ausente nos outros indivíduos examinados. O padrão foi reconhecido entre os sacerdotes denominados "Ashkenazic" e "Sephardic", embora estas duas linhagens de judeus estejam geograficamente separadas há
muito tempo.

Ainda na Inglaterra, Neil Bradman, do Centro de Antropologia Genética da College Universidade de Londres (Center for Genetic Anthropology at University College, London) e David B. Goldstein, da Universidade de Oxford, começaram um amplo estudo das populações judaicas, em todo o mundo, utilizando as técnicas aplicadas ao exame do cromossomo "Y". O problema era localizar os indivíduos, perdidos nas multidões, muitos sem qualquer referência de seusancestrais. Análises de pessoas de nove lugares diferentes demonstraram a peculiaridade do cromossomo que, não obstante, não interfere no "fenótipo", ou seja, na aparência dos indivíduos, em aspectos como cor, altura, tipo de cabelo, cor de olhos ou compleição física.

Bradman constatou que 45% dos sacerdotes Ashkenazim e 56% dos Sefaradim tinham a assinatura genética de uma mesma família enquanto entre o geral da população judaica, a freqüência desta característica cai para 3% ou 5%. Com os dados da pesquisa, que analisou também os sutis padrões de mutação, Goldstein pôde compreender quando e como estas "assinaturas" genéticas significam que os indivíduos têm um ancestral comum.

O método permite reconhecer uma linhagem familiar cujas origens podem remontar há mais de três mil anos. No caso dos sacerdotes judeus, esta possibilidade de rastrear uma descendência, levou à confirmação da história israelita, contida no Antigo Testamento, segundo a qual Moisés instituiu o sacerdócio como função exclusiva a ser exercida  pelos descendentes de seu irmão, Aarão, depois do Êxodo - a fuga do Egito - que a história situa como evento ocorrido, justamente, há cerca de três mil anos.

Parte do projeto de Bradman foi realizado com material coletado entre os Lembas. Em 1999, em uma conferência sobre a evolução humana, realizada no Cold Spring Harbor Laboratory, em Long Island, Goldstein anunciou que 9% dos homens Lemba possuem a assinatura genética familiar de Aarão e, entre aqueles que dizem pertencer ao Buba Clã, a percentagem sobe para 53%. Esta assinatura genética somente é encontrada entre judeus o que confere , agora, enorme credibilidade às tradições religiosas-culturais dos Lemba.

O que surpreende os cientistas é como o cromossomo masculino característico dos judeus pode estar presente em uma população tão distante, geograficamente, dos judeus "históricos". O orientalista Tudor Parfit acredita a resposta começa pelo estudo dos judeus
etíopes - os Falashas - e seus descendentes, que são uma referência entre os Lembas. Parfitt visitou famílias da África do Sul e do Zimbabwe. Os Lemba, uma população de 50 mil pessoas, cristãos que professam o judaísmo, ou seja, judeus-cristãos têm uma história enigmática sobre a própria origem: "Nós viemos do Norte, de um lugar chamado Senna. Nós deixamos Senna, atravessamos Pusela e viemos para a Àfrica onde reconstruímos Senna".

Tudor Parfitt resolveu encontrar "Senna": viajou até a região de Hadramawt, no Iemen, onde existe uma comunidade judaica. Ali, conversando com um "Iman" - líder religioso da cidade santa de Tarim, mencionou a tradição dos Lemba. O homem ficou surpreso porque, ali perto, havia um vilarejo chamado Senna. Parfitt conta:

"Eu fui atrás de informações para chegar ao vilarejo. Era um lugar remoto que nunca tinha sido visitado por um estranho antes. Chegando lá, descobri que a tradição local dizia que, há muitos séculos atrás, o vale era muito fértil, irrigado por uma represa cujas ruínas ainda estão lá. Há mil anos, a represa arrebentou, inundou o vale e a população morreu engolida pelas águas. Existe um vale, o Wadi al-Masilah, que vai de Senna até a costa do Iemen, chamada Sayhut. Com os ventos favoráveis, uma embarcação pode alcançar a África do sul em nove dias”.

Parfitt ficou muito entusiasmado com os resultados da pesquisa genética de Goldstein; ele acha que Masilah pode ser "Pusela", da tradição Lemba. Os Lembas têm nomes de clãs como "Sadiqui" e "Hamisi", que são "claramente semitas" e que também são  encontrados ao leste de Hadramawt (Iemen). Parfitt registrou seu trabalho no livro Journey to The Vanished City (Phoenix-London).

FONTE: OREGON UNIVERSITY - 2000

LINK RELACIONADO: The Lemba

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