PROGRAMA ISRAELENSE AJUDA NO ALÍVIO DA POBREZA NO BRASILOutubro de 2006
Apesar de suas grandes diferenças geográficas, Israel e o Brasil têm muito em comum quando se trata de desenvolvimento. De acordo com o Prof. Rafi Bar-El, um dos maiores especialistas mundiais no desenvolvimento econômico regional, essas semelhanças permitiram que sua equipe de pesquisadores israelenses ajudassem o estado do Ceará a quebrar seu ciclo de pobreza.
Desde 2000, Bar-El, chefe do Departamento de Políticas Públicas e Administração da Universidade Ben Gurion (BGU), lançou um programa ambicioso financiado pelo Banco Mundial, para aumentar o desenvolvimento regional e alterar o modo que o governo e seus cidadãos interagem.
O Ceará, com uma população de oito milhões de habitantes, está localizado na costa nordeste do Brasil. Olhando para sua capital Fortaleza - com dois milhões de habitantes - pode se ter a impressão de que tudo vai bem. Mas, apesar da economia do estado ter desenvolvido rapidamente nos últimos anos, esse "boom" não fez nada para reduzir a pobreza nas áreas rurais.
"Durante a última década, o Ceará alcançou crescimento econômico, mas a pobreza permaneceu no mesmo patamar. Enquanto a economia crescia, o povo continuava pobre", Bar-El declarou ao site ISRAEL21c, se referindo a alguns fatores.
Como Israel em seus primeiros anos, a população rural do Ceará foi prejudicada pelos desenvolvimentos tecnológicos que exigiram menos horas de trabalho para produzir colheitas maiores, de acordo com Bar-El. A migração resultante dos trabalhadores desempregados para as cidades em busca de trabalho, apenas aumentou a pobreza e resultou em uma super população urbana.
Bar-El e sua equipe, incluindo a Dra. Dafna Shwartz, Diretora do Centro Bengis de Empreendedorismo e Administração de Alta Tecnologia da Universidade Ben Gurion, trabalhou em uma série de projetos de desenvolvimento familiar em Israel, e participaram também no plano master de longo prazo "Israel 20/20".
Mas não foi apenas a reputação de Bar-El que o envolveu com a reabilitação do Ceará, foi seu passado.
Durante a década de 70, Bar-El esteve no Brasil pesquisando os problemas da industrialização rural. "Aconteceu que uma das pessoas com as quais trabalhei naquela época e mantive contato se tornou o Secretário de Desenvolvimento no governo em 2000. E porque uma de suas prioridades era resolver o problema da pobreza, ele entrou em contato comigo", ele declarou.
"Após visitar e assessar o problema, eu fiz um programa focalizando o desenvolvimento regional, com ações específicas a serem tomadas em termos de educação, auxílio a pequenos negócios, suporte à tecnologia e desenvolvimento urbano".
O objetivo máximo? Conseguir o crescimento econômico sem aumentar a desigualdade no processo.
Depois de uma reunião com oficiais do Banco Mundial, e especialistas do MIT que tinham suas próprias idéias em como lidar com a situação - um encontro com Schwartz descrito como "intenso", o plano da equipe de Israel foi adotado, e o financiamento obtido.
"Eu montei uma equipe inclusive a Daphna, e colocamos o plano em ação", Bar-El disse, e acrescentou que desde 2001, ele tem viajado uma média de quatro vezes ao ano para o Ceará, incluindo uma visita recente de dois meses.
Os resultados de acordo com Schwartz, são como a noite e o dia.
"O governo do Ceará adotou o nosso plano totalmente. Ele mudou a atitude do governo e do povo. Eles mudaram seu orçamento para alocar uma quantia específica para a periferia, e também indicaram um Secretário para o Desenvolvimento Regional (um cargo) que não existia antes", ela declarou ao site ISRAEL21c.
Além do mais, foram estabelecidos nove conselhos regionais - compostos de 50 líderes econômicos, sociais e políticos - os quais se encontram regularmente e avançam as propostas que o grupo israelense propõe.
Em um nível menor, Bar-El listou um número de realizações que ajudaram o povo do Ceará.
"Construimos um programa de suporte para negócios rurais pequenos e afastados - essas pessoas não apenas não sabem o que pedir, mas também nem sabem pedir. Estabelecemos um programa de reorganização urbana e outro para melhorar a tecnologia. Em três dessas regiões foi criado um cargo, como o de "Cientista-chefe", que ajuda os negociantes e industriais a melhorarem a tecnologia e criar um link entre as atividades econômicas, universidades e outras instituições", ele disse.
Mas a parte mais importante de todas essas iniciativas e programas é que a desigualdade econômica que determinou o esabelecimento dessa iniciativa está sendo retificada. Bar-El disse que a avaliação que tem sido feita e que será publicada esse mes aponta para um grande sucesso no programa.
A pobreza e desigualdade econômica diminuiram - mais rapidamente do que nos outros estados brasileiros. Houve também um aumento econômico e um fechamento das lacunas na área de educação. "Ambos os indicadores macro e sociais, apontam para o fato de que o estado realmente conseguiu uma situação melhor do que tinha alguns anos atrás", ele declarou.
Bar-El também declarou que as iniciativas devem continuar para que a região prospere. Mas ele está satisfeito que o trabalho de sua equipe está gradativamente diminuindo.
"Nós disparamos o gatilho, mas agora a responsabilidade é deles. Estamos apenas ajudando-os na avaliação, direcionamento e respondendo as perguntas. Mas é o governo que está encarregado agora. É uma situação feliz, quando seus filhos não precisam mais de você", ele declarou.
Tanto Bar-El como Schwartz expressaram satisfação com a criação de uma ponte entre o povo e o governo do Ceará.
"Alguns dos pequenos empresários disseram em sua avaliação que, pela primeira vez, eles sentiram um contato pessoal com seu governo - que seu governo está fazendo algo por eles", declarou Bar-El.
Schwartz acrescentou: "Estamos regularmente indo ao campo visitar as pessoas que precisam mais de auxílio. Foi gratificante ouvir de uma pessoa que 'o governo não apenas está fazendo algo por nós, mas nós mesmos estamos envolvidos e ajudando uns aos outros".
O sucesso do Projeto Ceará-BGU (Universidade Hebraica de Jerusalém), inspirou outros governos estaduais a se aproximarem de Bar-El para iniciar programas semelhantes. Bar-El já está em conversações com outros estados do Brasil, e tanto a Tailândia quanto a Argentina estão interessados.
Por um lado ele está ansioso por ajudar, mas Bar-El admite que tudo depende de financiamento. "É necessário que haja financiamento para que possa funcionar. No Brasil, tivemos sorte em conseguir apoio do Banco Mundial".
NOTÍCIA : http://www.Israel21c.com
e http://brasilia.mfa.gov.il/
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quinta-feira, outubro 19, 2006
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