"O bloqueio naval foi levantado. A força naval da ONU, comandada pela Itália, assumiu a coordenação da região ao lado das forças armadas israelenses, que manterão o embargo à entrada de armas destinadas ao Hizbollah no Líbano", disse Eisin.
Nesta sexta-feira, 60 mil contêineres de mercadorias navegavam na região à espera da suspensão do bloqueio marítimo.
Mohamed Azakir/Reuters |
Navio italiano patrulha costa de Beirute após suspensão de bloqueio naval israelense |
O fim do bloqueio marítimo era vital para o reinício da vida comercial e econômica do Líbano, já que 80% das importações libanesas chegam pelo mar, segundo a ONU.
Berthiaume disse também que o Líbano é um país que depende do comércio exterior, pois importa 90% dos cereais que consome. "Quando a vida econômica do Líbano for retomada, o PMA interromperá a ajuda humanitária à população e deve se retirar do país em meados de outubro", disse.
Ajuda
Desde o início das hostilidades entre Israel e o grupo terrorista xiita libanês Hizbollah em 12 de julho, cerca de 700 mil pessoas se beneficiaram da assistência da agência da ONU. No entanto, nas próximas semanas, o PMA reduzirá esse número à metade.
"Cerca de 350 mil pessoas ainda precisam de nossa ajuda alimentícia antes de a economia se recuperar", disse Berthiaume, lembrando que o PMA continuará distribuindo mantimentos para 200 mil pessoas no sul do Líbano, entre 120 mil e 130 mil nos bairros do sul de Beirute e outras 20 mil em instituições como hospitais e orfanatos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que trabalha na reabilitação das escolas libanesas, informou que seis escolas em Beirute que serviram de abrigo para os deslocados libaneses já foram limpas e desinfetadas para receber os alunos, que começarão o ano letivo em 9 de outubro.
O objetivo do Unicef é que cerca de 350 mil crianças possam voltar às aulas nessa data.
França
A França anunciou nesta sexta-feira que três navios de sua Marinha, que já estão no Líbano, participarão com unidades de outros três países europeus da vigilância do litoral libanês, com a suspensão do bloqueio marítimo imposto por Israel.
As fragatas Cassard e Montcalm, com seus helicópteros e uma embarcação de transporte, estão prontas para ficar "a partir de hoje" na zona de 6 a 12 milhas náuticas do litoral libanês, disseram porta-vozes dos Ministérios de Relações Exteriores e da Defesa franceses.
Segundo um porta-voz militar francês, os cerca de dez navios dessa força naval internacional ajudará a Marinha libanesa a garantir a vigilância de seu litoral, à espera de que a Alemanha assuma o comando do componente marítimo da Força Interina da ONU no Líbano (Unifil).
Navios de França, Grécia, Reino Unido e Itália também fazem parte dessa frota, cuja coordenação está a cargo dos italianos.
As unidades estão sob as ordens dos respectivos comandantes de cada país, disseram as fontes.
"Concebemos esta participação" como "um apoio transitório" à Marinha libanesa, afirmou a França, que respondeu favoravelmente ao pedido oficial feito pela ONU na quinta-feira.
Os navios operarão em virtude das regras do direito marítimo internacional e, portanto, não têm poderes coercitivos, mas de vigilância e controle, segundo o Minsitério da Defesa.
900 militares
Um primeiro batalhão de 900 militares franceses com carros de combate e outros equipamentos chegará ao Líbano na próxima semana e estará em operações em meados do mês, dentro do reforço da Unifil no sul do Líbano, previsto pela resolução 1.701, que definiu o cessar-fogo entre Israel e o Hizbollah.
A França, que prometeu um total de 2.000 homens para o reforço da Unifil, já tem 400 homens nessa força.
O Exército libanês mantém sua mobilização no sul do país, em cumprimento da resolução 1.701 do Conselho de Segurança (CS) da ONU.
Soldados libaneses, com o apoio de tanques, foram mobilizados em áreas do setor ocidental da região fronteiriça e estabeleceram controles nas aldeias de Bayada, Tayr Harfa, Al Jibbain, Al Bustan, Yarin, Umm al Tut, Majdel Zun, Dhayra e Maruajin, disseram fontes militares.
Segundo as mesmas fontes, Israel continua mantendo algumas posições na parte meridional do país, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, mostrou sua esperança de que as tropas israelenses deixem a região em meados de setembro, quando devem estar no local 5.000 capacetes azuis [soldados que participam de missões de manutenção da paz ou de estabilização das Nações Unidas].
Com France Presse e Efe
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Magal
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