Por Jonathan Saul
BASE MILITAR DE OFER (Reuters) - Um tribunal de apelações militar israelense reverteu nesta segunda-feira a decisão de liberar um grupo de parlamentares do Hamas sob fiança, determinando que eles permaneçam presos até a conclusão dos processos judiciais movidos contra eles.
Os 21 parlamentares e ministros foram presos depois que militantes sequestraram um soldado israelense numa operação em Gaza, em junho. Houve fortes especulações de que eles pudessem ser usados numa possível troca de prisioneiros.
Este mês, um tribunal militar determinou a libertação dos detentos sob fiança, para a promotoria militar logo recorreu da decisão.
"O Estado de Israel tem o direito de se defender contra o terror. Não permitiremos que o terror continue", disse o tribunal de apelações em sua decisão.
Os advogados de defesa disseram que os presos não têm mais como recorrer. "É uma decisão política", disse a repórteres um dos presos, Aziz Dweik, presidente do Parlamento palestino.
Mushir al-Masri, parlamentar do Hamas em Gaza, disse que o grupo militante não reconhece a legitimidade dos tribunais israelenses.
A promotoria militar acusou os 21 integrantes do Hamas de pertencer a um grupo terrorista e de representar uma ameaça contra a segurança de Israel.
O Hamas chegou ao poder em março, depois de vencer as eleições nos territórios palestinos em janeiro.
A defesa alegou que o Hamas adotou a trégua desde 2005 e interrompeu os ataques suicidas contra Israel.
Dweik e outros cerca de 30 parlamentares e ministros foram presos logo depois do sequestro do soldado israelense, mas vários já foram libertados.
Os palestinos da Cisjordânia são julgados em tribunais militares porque o território está sob ocupação militar desde que foi capturado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
"O Hamas continua sendo uma organização terrorista e não há nada que impeça membros de organizações de terror de ser julgados", disse o major Maurice Hirsch, vice-promotor-chefe do Exército na Cisjordânia.
Segundo ele, os procedimentos legais contra os detentos devem durar "meses". "Assumindo que a promotoria consiga provar o indiciamento e que o tribunal esteja disposto a condenar os réus, eles devem receber penas de prisão", disse ele.
(Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi em Gaza)
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Magal
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