30 Av - 5766 24 de Agosto de 2006
A Luta de Israel Para Estabelecer a Paz
TZIPORA RIMON/ Embaixadora de Israel no Brasil
Publicado em 24/08 no jornal Zero Hora, Rio Grande do Sul.
Em 14 de agosto, um cessar-fogo entrou em vigor, dando fim a um período em que Israel se viu forçado a responder a um ataque contra seus cidadãos. Nos embates, de 12 de julho até a aprovação da Resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, Israel sofreu enormes perdas - 116 soldados e 43 civis morreram. Nesse período, 3.970 mísseis do Hezbollah bombardearam Israel, dos quais 901 atingiram áreas densamente povoadas. Mais de mil foguetes caíram em Kiryat Shmona, 808 em Nahariya, 471 perto de Safed, 176 nas proximidades de Carmiel, 106 nas cercanias de Akko, 93 perto de Haifa, e 81 cerca de Tiberíades.
Os hospitais em Israel receberam 4.262 civis feridos, dos quais 33 em estado grave, 68 em situação moderada e 1.388 com ferimentos leves. Além disso, 2.773 civis encontram-se em estado de choque e estão recebendo tratamento adequado.
No bombardeio massivo do Hezbollah contra a população civil israelense, 6 mil lares foram atingidos, 300 mil residentes deslocados, e mais de 1 milhão de pessoas se viram forçadas a viver em abrigos. Quase um terço da população total de Israel - mais de 2 milhões de pessoas - ficou diretamente exposto à ameaça dos mísseis.
A resolução de cessar-fogo do Conselho de Segurança da ONU, ativamente promovida por Israel durante os enfrentamentos, foi adotada em 11 de agosto, trazendo um fim à luta. Seu texto esboça uma solução possível para a crise, incluindo a libertação incondicional dos soldados israelenses, o desarmamento do Hezbollah, o deslocamento do exército libanês para o Sul, ao longo da fronteira com Israel. Também prevê o estabelecimento de uma nova e forte Unifil para ajudar o Líbano a estender sua soberania a todo o território, impedindo o repasse de armas ao Hezbollah. Agora, com a resolução em vigor, é responsabilidade da comunidade internacional assegurar que a mesma seja implementada. Sem isso, a região passaria novamente pelos horrores do mês passado, e a busca por uma solução diplomática voltaria à "etapa 1".
Se há uma lição a ser aprendida dessa crise, é que o mundo está encarando uma perigosa escalada do extremismo islâmico. Acabamos de testemunhar uma tentativa do regime perverso do Irã de usar seu representante Hezbollah para atrair seu inimigo declarado, Israel, a um conflito sangrento no Líbano, a fim de desestabilizar o Oriente Médio. Não por coincidência, as manobras do Irã ocorrem no momento em que o país procura distrair a comunidade internacional de sua campanha para desenvolver armas nucleares. É claramente interesse comum da comunidade internacional agir com firmeza contra as organizações terroristas e os Estados que as apadrinham, principalmente quando esses Estados declaram publicamente e orgulhosamente sua intenção de lançar sua "Jihad" contra o Ocidente "infiel", destruindo primeiramente Israel.
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