
Os israelenses mantiveram uma vigília nacional por Ariel Sharon no sábado, depois de o premiê ter sido submetido a uma cirurgia de emergência para estancar uma nova hemorragia em seu cérebro, decorrente de um forte derrame.
Os médicos do hospital onde Sharon se encontrava em condição crítica, mas estável, disseram que pode levar dias para que se saiba até que ponto sua saúde foi afetada. Mas especialistas acreditam que, se ele sobreviver, é extremamente improvável que possa voltar ao trabalho.
A morte ou incapacidade permanente de Sharon, 77 anos, que elevou as esperanças de paz ao retirar colonos e tropas israelenses da Faixa de Gaza, em setembro passado, pondo fim a 38 anos de governo militar do território, criará um enorme vácuo na política israelense e no processo de paz no Oriente Médio.
Nas sinagogas de Jerusalém, onde era observado o sábado judaico, e nos cafés das praias de Tel Aviv, israelenses aguardavam ansiosamente pelas últimas notícias sobre o estado de saúde do ex-general, após a operação de cinco horas à qual foi submetido na sexta-feira.
"Estamos orando por ele. Sharon é o gigante de nossa nação", disse Jonathan Eilat, 47, no Muro das Lamentações em Jerusalém, o mais sagrado local de orações dos judeus.
Cirurgiões do hospital Hadassah estancaram a nova hemorragia cerebral de Sharon na sexta-feira, mas disseram que só poderão avaliar a extensão dos danos nos próximos dias, quando deixarem de ser ministrados ao premiê os medicamentos que o estão mantendo num coma induzido.
Sharon respira com a ajuda de aparelhos após a cirurgia, a terceira à qual foi submetido desde ser levado às pressas para o hospital, na quarta-feira.
O diretor do hospital Hadassah, Shlomo Mor-Yosef, disse que uma tomografia computadorizada feita do cérebro de Sharon após a cirurgia mostra uma "melhora significativa".
Uma nova tomografia foi realizada na manhã do sábado. Se não ocorrerem mudanças, nenhum outro boletim médico será apresentado até o final do sábado judaico, às 18h pelo horário local (14h em Brasília).
Rádios em todo país estavam ligados para acompanhar os boletins divulgados de hora em hora. As rádios tocavam o hino nacional e baladas pop melancólicas, e psicólogos davam entrevistas sobre o estado de espírito nacional.
Antes da cirurgia da sexta-feira, os médicos de Sharon desaconselharam o pessimismo indevido em relação à condição do premiê.
Momento crucial para o processo de pazSharon é repudiado no mundo árabe, mas visto no Ocidente como tendo aberto novas perspectivas de paz. Ele sofreu o derrame quando se encontrava em sua fazenda do deserto de Negev, num momento crucial para a política israelense, quando lutava para se reeleger, prometendo pôr fim ao conflito com os palestinos.
Analistas políticos dizem que sem Sharon, os resultados da eleição israelense de 28 de março são uma incógnita. Sharon era visto como provável vencedor das eleições, à frente do novo partido de centro, o Kadima.
Boa parte de sua popularidade entre os israelenses se deve à percepção de que, em função de seu passado de "falcão" típico, ele era capaz de dar passos ousados em direção à reconciliação com os palestinos, medidas que outros políticos não teriam condições de implementar.
Mas duas pesquisas de opinião divulgadas na sexta-feira sugerem que, sob a liderança do premiê interino, Ehud Olmert, o Kadima ainda conseguirá cerca de 40 das 120 cadeiras do Parlamento, bem adiante do Likud, o partido de direita que Sharon abandonou, e do Partido Trabalhista, de centro-esquerda.
Reuters
Classifique este Link
Os médicos do hospital onde Sharon se encontrava em condição crítica, mas estável, disseram que pode levar dias para que se saiba até que ponto sua saúde foi afetada. Mas especialistas acreditam que, se ele sobreviver, é extremamente improvável que possa voltar ao trabalho.
A morte ou incapacidade permanente de Sharon, 77 anos, que elevou as esperanças de paz ao retirar colonos e tropas israelenses da Faixa de Gaza, em setembro passado, pondo fim a 38 anos de governo militar do território, criará um enorme vácuo na política israelense e no processo de paz no Oriente Médio.
Nas sinagogas de Jerusalém, onde era observado o sábado judaico, e nos cafés das praias de Tel Aviv, israelenses aguardavam ansiosamente pelas últimas notícias sobre o estado de saúde do ex-general, após a operação de cinco horas à qual foi submetido na sexta-feira.
"Estamos orando por ele. Sharon é o gigante de nossa nação", disse Jonathan Eilat, 47, no Muro das Lamentações em Jerusalém, o mais sagrado local de orações dos judeus.
Cirurgiões do hospital Hadassah estancaram a nova hemorragia cerebral de Sharon na sexta-feira, mas disseram que só poderão avaliar a extensão dos danos nos próximos dias, quando deixarem de ser ministrados ao premiê os medicamentos que o estão mantendo num coma induzido.
Sharon respira com a ajuda de aparelhos após a cirurgia, a terceira à qual foi submetido desde ser levado às pressas para o hospital, na quarta-feira.
O diretor do hospital Hadassah, Shlomo Mor-Yosef, disse que uma tomografia computadorizada feita do cérebro de Sharon após a cirurgia mostra uma "melhora significativa".
Uma nova tomografia foi realizada na manhã do sábado. Se não ocorrerem mudanças, nenhum outro boletim médico será apresentado até o final do sábado judaico, às 18h pelo horário local (14h em Brasília).
Rádios em todo país estavam ligados para acompanhar os boletins divulgados de hora em hora. As rádios tocavam o hino nacional e baladas pop melancólicas, e psicólogos davam entrevistas sobre o estado de espírito nacional.
Antes da cirurgia da sexta-feira, os médicos de Sharon desaconselharam o pessimismo indevido em relação à condição do premiê.
Momento crucial para o processo de pazSharon é repudiado no mundo árabe, mas visto no Ocidente como tendo aberto novas perspectivas de paz. Ele sofreu o derrame quando se encontrava em sua fazenda do deserto de Negev, num momento crucial para a política israelense, quando lutava para se reeleger, prometendo pôr fim ao conflito com os palestinos.
Analistas políticos dizem que sem Sharon, os resultados da eleição israelense de 28 de março são uma incógnita. Sharon era visto como provável vencedor das eleições, à frente do novo partido de centro, o Kadima.
Boa parte de sua popularidade entre os israelenses se deve à percepção de que, em função de seu passado de "falcão" típico, ele era capaz de dar passos ousados em direção à reconciliação com os palestinos, medidas que outros políticos não teriam condições de implementar.
Mas duas pesquisas de opinião divulgadas na sexta-feira sugerem que, sob a liderança do premiê interino, Ehud Olmert, o Kadima ainda conseguirá cerca de 40 das 120 cadeiras do Parlamento, bem adiante do Likud, o partido de direita que Sharon abandonou, e do Partido Trabalhista, de centro-esquerda.
Reuters