ISRAEL - São 18:15h em Israel. É informado que Ariel Sharon está em estado crítico, mas pode sobreviver.
O premiê foi submetido nesta sexta-feira a uma terceira cirurgia desde sua internação na quarta-feira. O procedimento, que durou três horas, conseguiu estancar uma nova hemorragia que aumentara a pressão intracriana em Sharon.
Em uma breve coletiva de imprensa, o diretor do hospital Hadassah Ein Karem, onde o premiê está internado, afirmou que a saúde de Sharon teve uma melhora significativa, estabilizou-se, mas ainda é crítica.
"Em relação às tomografias que fez desde que chegou ao hospital na quarta-feira, há uma melhora significativa do ponto de vista do diagnóstico dos médicos", afirmou Shlomo Mor-Yosef.
"Na operação, liberamos a pressão intracraniana. Parte dos coágulos da operação anterior foi drenada, e, no fim da operação, não havia hemorragia ativa alguma", destacou o médico, que, ao falar à imprensa, se desculpou por violar as leis sabáticas judias com a entrevista coletiva.
"A pressão intracraniana está novamente dentro dos parâmetros normais", disse. AP Fiéis rezam pela saúde do premiê
O líder israelense foi tranferido para uma unidade de tratamento intesivo . Destacados membros do governo e parentes do premiê estão no hospital acompanhando a evolução do quadro de Sharon.
Situação se agrava
O estado de saúde do líder israelense voltou a se agravar na manhã desta sexta-feira e o premiê foi levado de volta à sala de cirurgias. Os médicos detectaram, durante exames, uma nova hemorragia e o aumento da pressão intracraniana.
Esta complicação surgiu depois que o primeiro-ministro foi submetido a uma tomografia computadorizada, ou scanner CT, no hospital Hadassah Ein Karem, na periferia de Jerusalém, onde está internado desde a quarta-feira à noite, quando sofreu o grave acidente vascular cerebral.
Shlomo Mor-Yosef confirmou que o primeiro-ministro voltou à sala de cirurgia devido a uma piora em seu estado de saúde. Em declarações à imprensa, Mor-Yosef disse que Sharon foi levado de novo à sala de cirurgia porque foram detectadas "mudanças em sua pressão sanguínea e intracraniana".
Sharon se encontra em coma profundo desde quinta-feira pela manhã, depois de passar mais de sete horas na sala de cirurgia e deveria ficar assim até domingo, pelo menos, como informaram ontem os médicos responsáveis pelo seu tratamento.
O premiê havia sido hospitalizado no dia 18 de dezembro, depois de um leve AVC causado por um coágulo de sangue procedente do coração, segundo os médicos. Ele foi tratado com anticoagulantes para evitar um novo ataque.
Afastamento permanente
Os médicos de Sharon divergem sobre sua possível recuperação, alguns acreditam em uma evolução e na estabilização de seu estado de saúde, enquanto outros especialistas descrevem seu quadro como irreversível.
O diretor do hospital afirmou que Sharon dificilmente voltará ao trabalho. "Devo apontar que, em relação ao futuro, sob as circunstâncias atuais isso não será possível", disse Mor-Yosef.
Os assessores de Sharon trabalham com a premissa de que não ele não poderá voltar ao trabalho. Os seus poderes foram transferidos interinamente para o vice-primeiro-ministro Ehud Olmert logo após a sua internação.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, disse que o governo continuará a implementar as políticas de Ariel Sharon apesar de seus problemas de saúde.
As eleições gerais israelenses continuam marcadas para o dia 28 de março, conforme planejado. AP O vice-premiê e a cadeira vazia de Sharon
"A dissolução do parlamento e as eleições... não foram afetados pela condição da saúde do primeiro-ministro", disse um comunicado do Ministério da Justiça.
Um líder, acima de tudo
O derrame sofrido pelo primeiro-ministro de Israel criou preocupações tamanhas, que chegam a ocupar o maior espaço nos meios de comunicação. Centenas de jornalistas de todos os cantos baixaram em Jerusalém nesses três dias juntando-se aos 500 correspondentes estrangeiros que representam a mídia internacional no país.
As linhas telefônicas continuam carregadas. São chefes de Estado e de governo, políticos e empresários de todos as partes do mundo pedindo notícias e desejando pronta e total recuperação.
Ele foi considerado a hipótese viável de um entendimento interino com os palestinos. E a segurança da presença de um país democrático numa região ameaçada pela ascensão ao poder de organizações islâmicas e Estados teocráticos.
Assumindo decisões até sob ameaças a sua vida, Sharon enfrentava oposição agressiva e sem limites nas acusações e denúncias que lhe faziam, ele parecia indestrutível. Acabara de criar o Kadima (Para a Frente), novo partido para ocupar o centro político.
As pesquisas logo apontaram o Kadima como o partido que faria a maior bancada nas eleições gerais israelenses marcadas para março. Os principais compromissos da agremiação são o de luta contra a pobreza e entendimento com os palestinos.
Nos casos dos tratados de paz com o Egito e Jordânia, os únicos países árabes que reconheceram a existência de Israel como legítima, tratara-se de troca de territórios por paz, territórios conquistados por Israel em guerras enfrentadas com aqueles e outros países árabes. A estratégia com os palestinos será a de territórios por segurança.
Os palestinos que jamais tiveram um Estado próprio, lá chegariam com garantias de que controlariam a violência de seus setores mais extremistas, como o Hamas e o Jihad islâmico, que se recusam a aceitar a existência do Estado judeu e respondem pelos atentados suicidas a Israel.
Sharon exigia, e era compreendido no mundo, que estas organizações fossem desarmadas e desfeitas. E exigia da Autoridade Palestina que o governo impusesse a ordem na zona palestina, principalmente na faixa de Gaza, onde são inúmeras as organizações agindo como entidades políticas e milícias sem identidade política, apenas de ações de bandidos.
O primeiro-ministro tinha conquistado, aos olhos dos dirigentes e grupos árabes, a imagem daquele com o qual se podia negociar, pois cumpria a sua palavra. A grande prova do valor dos compromissos assumidos por Sharon foi a retirada de colonos judeus da Faixa de Gaza usando a força militar israelense. Um momento histórico, pois foi a primeira retirada de judeus de territórios conquistados aos palestinos desde 1948, ano da criação de Israel.
O Estado israelense provou a solidez de suas instituições na doença de Sharon. Tudo continuou operando dentro da normalidade em angústia do povo. Mas não há outra figura com o carisma e liderança que caracterizaram o homem no dia de hoje, lutando sua maior batalha, a de viver.
--Jorge MagalhãesAcesse:http://jorgemagalhaes.blogspot.com http://hebreu.blogspot.com
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Via longa ao guerreiro
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