O chefe do Governo tinha previsto se reunir ao meio-dia de hoje com os primeiros doze afiliados de sua formação, entre eles o vice-primeiro-ministro, Ehud Olmert, e o titular da Justiça, Tsipi Livni, e oferecer às 19h (15h de Brasília) uma entrevista coletiva para informar sobre sua constituição e plataforma.
O presidente Katsav, a quem Sharon informou sobre a decisão de abandonar o Likud após quase uma semana de dúvidas, aconselhou que sejam antecipadas as eleições nacionais "o mais rápido possível".
As datas que se analisavam hoje são os dias 8 e 28 de março, mas deputados do Likud, agora acéfalo, ainda tentavam -amparados pela lei eleitoral- constituir um Governo para substituir o de Sharon, formando uma nova coalizão com o apoio de 61 dos 120 representantes da Câmara Legislativa (Knesset).
O governo do Likud ficou hoje nas mãos de seu secretário, o ministro sem pasta Tsahi Hanegbi, que convocou para quinta-feira o Comitê Central para decidir a data das eleições primárias para escolher seu futuro líder.
"A decisão de Sharon (de abandonar o Likud) coincide com a que adotou para erradicar judeus (dos assentamentos de Gaza e de Samaria em agosto)", disse o deputado Ehud Yatom. "O homem que fundou o Likud o desintegra agora como fez ''o pai dos assentamentos'' que ordenou seu despejo e desmantelamento", acrescentou.
O deputado Efi Eitam, da extrema direita nacionalista, declarou à imprensa que a cisão do Likud, o principal Partido político de Israel com cerca 200.000 filiados, "se deve à traição de seus ideais por parte de Ariel Sharon", que resolveu abandoná-lo devido à resistência de seus adversários em ir contra suas iniciativas, como a retirada de Gaza, para resolver o conflito com os palestinos.
Um dos candidatos a presidir o Likud, Uzi Landau, um dos mais severos inimigos políticos de Sharon, indicou que, com sua saída do bloco, "o Likud ficará livre de corrupção", alusão aos delitos relacionados ao financiamento de uma campanha eleitoral interna, em 1999, pela qual Omri, filho do primeiro-ministro, poderia ir à prisão.
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Jorge Magalhães
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